A Agricultura atual quer a convencional ou até mesmo a orgânica, na maioria dos casos, carece de um perfeito entendimento sobre o que vem a ser na realidade o chamado Equilíbrio de Bases ou mais precisamente o Método Albrecht de correção da fertilidade dos solos. A mudança de um paradigma implica necessariamente na quebra de certos “hábitos mentais”.
Essa quebra é fundamental para que se possa entender o processo pelo qual um modelo ou conceito é substituído por outro (12). Segundo Baker (7) é necessário libertar a mente para que o corpo possa, então, seguir à diante. Entendemos não ser fácil livrar-se de idéias já cristalizadas principalmente se as mesmas foram difundidas pelo status-quo acadêmico-científico. No entanto, a história da humanidade está repleta de exemplos onde o apego a idéias ultrapassadas prejudicou muito o verdadeiro progresso e o desenvolvimento dos povos.
A idéia sobre a manutenção de Equilíbrio de Bases na forma apresentada na Tabela 1, foi pela primeira vez apresentada pelo Prof William Albrecht, PhD, à época Chefe do Departamento de solos da Universidade do Missouri na década de 50 (11). O Prof Albrecht foi pioneiro no estudo e no uso de organismos inoculantes em leguminosas e trabalhando com a fração húmica do solo observou que ela apresentava a mesma proporção das bases que a observada na Tabela 1 (1, 3, 10).
Tabela 1. Porcentagens da C.T.C. conforme propostas pelo Prof. Albrecht
Cálcio 60 a 65%
Mg 10 a 20%
K 3 a 5% *
Hidrogênio 15%
Outros 5%
* Exceção – Uva, Abacaxi, Banana e Florestais
Posteriormente, trabalhando com a fração argilosa coloidal, a qual chamou de Permutita, preenchida com bases em diversas proporções, teve a oportunidade de demonstrar e comprovar que as proporções que resultavam nas maiores produções eram justamente aquelas que tinham as mesmas proporções da Tabela 1 (10). Essa proporção das bases seria a mesma encontrada na fração húmica do solo. O que se objetiva com isso, quando se usa o Método Albrecht, é apenas amplia-la para toda a C.T.C. do solo, ou seja, também para a fração argila do solo.
A maioria dos solos no Brasil apresenta uma distribuição das bases semelhante a descrita na Tabela 2, isto é, Cálcio baixo, Magnésio de médio a alto, Potássio baixo a médio e acidez elevada conforme abaixo:
Tabela 2. Porcentagens da CTC típicas encontradas em solos brasileiros
Cálcio 20 a 30%
Magnésio 10 a 20 %
Potássio 1 a 2 %
Hidrogênio 43 a 61%
Outros 3 a 5%
Que conseqüências teriam uma distribuição como essa para a produtividade agrícola ?
Para começar, baixa produção e produtividade por carência de Cálcio. Vale lembrar que o Cálcio não é mais considerado “elemento Intermediário” como antigamente e sim um macro elemento que em certas plantas vem em primeiro lugar antes de N,P ou K (8). A maioria dos livros-texto atuais exprimem essa realidade. O Cálcio é necessário não só para nutrir a planta por si só, no enfoque da agricultura convencional, onde se visa nutrir exclusivamente a planta, mas também e principalmente, como condicionador de solos melhorando a floculação das argilas coloidais, tornando o solo mais poroso e permeável ao ar e a água, e sobretudo como alimento para a micro vida do solo, que tanto contribui para a formação da estrutura do solo quer pela formação de agregados estáveis, quer pelo aumento da fração húmica do solo, ou mesmo pelo aumento da síntese de nitrogênio, ou até mesmo pelo aumento da solubilização do fósforo e da atividade simbiótica na rizosfera (micorrizas), inibição de doenças, sintese de hormônios, etc… que também contribuem para o aumento da fertilidade do solo e consequentemente da produtividade numa visão, então, mais holística.
O Cálcio é também um dos elementos mais lixiviados do solo, principalmente quando o solo for desprovido de micro vida notadamente dos fungos benéficos de solo, e portanto, sua avaliação periódica e a sua suplementação deve ser sempre providenciada se o objetivo for a obtenção de colheitas maiores e com maior qualidade.
Dizia Albrecht que “o Cálcio é necessário, no crescimento das plantas, para mobilizar outros nutrientes químicos necessários para dentro da planta, mais rapidamente ” (1).
Toda forma de vida, desde o mais minúsculo dos microrganismos até os animais superiores e até mesmo o homem, dependem e de um suprimento adequado de cálcio nos solos (2). É totalmente inconcebível pensar em produzir alimentos sem a adequada fertilidade dos solos e o Cálcio vem sempre em primeiro lugar em qualquer tipo de avaliação dessa fertilidade. Ou seja, o Cálcio contribui direta ou indiretamente para a nutrição das plantas e fertilidade dos solos e é exatamente por isso que hoje dizemos que nenhum outro elemento é mais importante para a nutrição das plantas, tanto em peso quanto em volume, quanto o Cálcio (1,2,3,4,5,6,10,13,1415,16,17,18,19,20,21).
Albrecht dizia, “Fertilize o solo e deixe que o solo fertilize a planta” (10). Essa é a visão que hoje prevalece em um manejo mais ecológico do solo. No nosso entendimento, essa ainda é a melhor forma de se nutrir as plantas, via nutrição adequada dos solos.
Depois, teríamos produção reduzida devido a uma maior compactação dos solos provocada pelo excesso de Magnésio nas argilas do solo. Solos compactados significam menor penetração de ar e de água, dois importantes insumos agrícolas que nenhum produtor pode abrir mão, visto que cerca de 95% do peso de um vegetal ser composto de Carbono, Oxigênio e Hidrogênio provenientes exatamente do ar e da água. Solos compactados na maioria da vezes significam carência de Cálcio e excesso de Magnésio na CTC , relação Ca/Mg estreita (abaixo de 3:1) e portanto argilas comprimidas e solo impermeável ao ar e a água e muito provavelmente uma baixa atividade microbiana.
Para complicar ainda mais a equação temos o fato de que 1 miliEquivalente de Cálcio pesa 400 kg por hectare se considerarmos uma profundidade de 20 cm. e 1 miliEq de Mg pesa somente 240 kg por hectare. Esse fato químico nunca é levado em consideração pela maioria dos técnicos na área de Solos.
O que significa exatamente isso ?
Significa que podemos obter o mesmo efeito neutralizador da acidez com uma menor quantidade de Magnésio do que de Cálcio. A relação que existe entre eles é, portanto, de 1.67 o que me permite afirmar que o Magnésio “vale” 1.67 mais do que o Cálcio. Assim, um Calcário Dolomítico que tenha, por exemplo 40% de Cálcio e 23% de Magnésio e que a primeira vista tenha uma relação Ca/Mg de 1.73, tem em realidade, uma relação de Ca/Mg quimicamente falando de somente 1,05.
Dessa forma, torna-se muito difícil corrigir as bases usando-se somente Calcário Dolomitico devida essa estreita relação Ca/Mg, porque ao aumentarmos o Cálcio estaríamos aumentando também o Magnésio quase que na mesma proporção química com desastrosas conseqüências para a estrutura do solo e a sua fertilidade (5,6,10,17,19).
Essa quase que mesma proporção química entre o Cálcio e o Magnésio dos calcários dolomiticos amplamente usados hoje em dia e amplamente recomendados pelo ensino e extensão agrícolas em boletins (muitas vezes traduzidos ipsis litteri do original) , livros-texto até mesmo (pasmem) de Agricultura Orgânica é, na minha opinião, o principal responsável pelo estado desalentador de grande parte dos solos agrícolas.
A isso se soma o fato de que o Carbonato de Cálcio ser mais solúvel do que o Carbonato de Magnésio, e portanto ser lixiviado mais facilmente contribuindo ainda mais para perpetuar a situação hipotética apresentada na Tabela 2, visto que o Mg tenderá a permanecer no perfil do solo por mais tempo que o Cálcio acumulando-se com o passar do tempo.
Alguns autores são da opinião de que o Magnésio retiraria do solo, peso a a peso, igual quantidade de Nitrogênio contribuindo mais ainda para o empobrecimento do solo (5,6,15,16).
O conceito de Albrecht de como restaurar a fertilidade perdida do solo que inclui não só a correção das bases mas também a correção do Fósforo e do Enxofre e dos micro nutrientes, a saber, Ferro, Manganês, Zinco, Cobre e Boro mantendo essa hierarquia e ordem de importância no solo, contrasta com o sistema atual focado na correção da Saturação de Bases ou V%, baseada única e exclusivamente no Poder de Neutralização (P.N.) do calcário, sem levar em conta as diferentes quantidades de Cálcio e Magnésio que o compõe.
O seu conceito foi desenvolvido usando-se argilas coloidais livres de cargas que não fossem H+, que ele denominou de Permutita, e preenchidas com as diferentes proporções entre Ca, Mg e K e não baseado estritamente no pH. Aliado a isso, temos observações de que seu método está sendo utilizado em mais de 28 países e de que tem funcionado perfeitamente em todos esses lugares em que foi usado, inclusive na Alemanha, onde inicialmente a resistência ao novo método foi muito grande mas que hoje já está suficientemente demonstrado e utilizado.
No Brasil, traduziu-se um boletim técnico americano no qual eles concluíam que as diferentes proporções entre Cálcio e Magnésio não tinham diferença nenhuma sobre a fertilidade. Ou seja, ao invés de tentarem reproduzir os experimentos do Dr Albrecht aqui, como eu tenho feito nos últimos 14 anos, eles simplesmente “decretaram” que era válido traduzir boletim americano e encerrar a questão, demonstrando, com isso, uma total submissão aos EstadosUnidos talvez por um indisfarçável complexo de inferioridade científica aliada a uma tremenda falta de imaginação.
Nessas “pesquisas”, nas quais tentam desacreditar o Método Albrecht, em nenhum momento foram considerados nem os teores de micronutrientes e nem a forma do Cálcio e do Magnésio. Tenho visto pesquisas aqui no Brasil onde se comparam Carbonato de Cálcio (de baixa solubilidade) com Silicato de Cálcio (mais solúvel) e concluírem (pasmem) que o aumento de produção foi devido ao Silício e não ao Cálcio.
Por outro lado, e curiosamente, quando se trata de criticar esse método amplamente demonstrado na prática e em mais de 28 países, alegam que os “solos tropicais do Brasil (como se a Australia fosse muito diferente do Brasil em termos de solos) são diferentes e se mantém coesos e agregados devido ao alumínio e ao ferro e que não é possível saturar-se as bases acima de uma determinada porcentagem ” que irá variar de acordo com a opinião de cada pessoa. Alguns falam em 70% e outros mais radicais chegam a mencionar até 50% .
Tenho escutado esse mantra milhares e milhares de vezes. Seres humanos estão sujeitos a serem “infectados” por determinados memes e esse meme específico do “solo-tropical- que-fica-agregado-pelo-alumínio-e-ferro-e-que-não-pode-ser corrigido-acima-de- determinada-%-do-V% ” é apenas mais um deles. Nada mais nada menos do que um meme ou um mantra. Junte-se a isso o fato de que um valor de ” 60% de Cálcio” quando mencionado por Albrecht que usava acetato de amônio como extrator de solo, pode muito bem ser absolutamente igual a um valor de 50% quando esse valor for obtido por meio de um outro extrator de solo, como os usados atualmente.
Não se pode comparar laranjas com bananas. E é isso que geralmente é feito por alguns técnicos. O resultado de analise de um método não é obrigatoriamente igual ao resultado do outro. O que eu tenho observado sim, é que em solos com alta saturação de V% os micronutrientes ficam bem menos disponíveis e isso sim vai afetar a produção agrícola. Temos observado, à campo, maior pressão de nematóides patogênicos em solos com pH mais elevados.
Porém, todos esses problemas poderiam ser resolvidos se nós enfocassemos o solo como um eco-sistema de forma ampla levando em consideração não apenas o seu aspecto químico, mas também o seu aspecto físico e sobretudo o seu aspecto microbiológico.
A chamada “Ciência dos solos” está repleta de exemplos que demonstram que ela está aquém de ser uma verdadeira ciência. Não se pode querer ou pretender entender o solo apenas sob um único e determinado prisma qual seja o químico, em detrimento de outras duas disciplinas importantíssimas que são a Física e a Biologia. Usar-se o pH como critério para se adicionar calcário ao solo é de um primitivismo que beira quase que a imbecilidade. O que dizer dos solos alcalinos do Nordeste que não obstante terem pH elevado ainda assim carecem de Cálcio ?
Lembro-me de uma consultoria que prestei na Bolívia onde alguns solos exibem pH elevado em função de teores elevados de Potássio e Sódio, duas bases mais alcalinas do que o Cálcio. O pH estava na faixa alcalina (acima de 7). O Cálcio estava baixo para variar. Lembrei-me de Albrecht : “A melhor forma de corrigir uma deficiência é eliminando os excessos” ou inversamente ” O excesso de algum elemento significa obrigatoriamente a carência de outro elemento “. A minha recomendação foi usar Calcário Calcítico. O produtor, que era agrônomo, ficou possesso. Argumentava ele que, se assim fizesse, o pH iria aumentar ainda mais. Respondi-lhe que a Química é uma disciplina universal e que se funcionasse nos EUA e no Brasil , iria certamente funcionar da mesma forma na Bolívia. Felizmente para mim, que costumo cobrar antecipado pelas consultorias exatamente por que já me vi diante desse tipo de situação inúmeras vezes, não houve dano algum. O produtor muitas das vezes deseja ouvir algo que agrade os seus ouvidos e a realidade nem sempre é agradável . Me disse o produtor que iria tentar e que ligaria mais tarde. Passado uns 2 meses o produtor me ligou de volta todo eufórico dizendo que havia feito um teste em vasos (Não teve coragem de faze-lo no campo) e me relatou que o pH ao invés de aumentar, havia diminuído e que ele não entendia o porque. Eu lhe expliquei que ele havia trocado Cálcio (menos alcalino) por Potássio e Sódio que eram mais alcalinos e que por isso o pH havia diminuído.
A química não vai deixar de funcionar simplesmente porque você cruza uma determinada divisa de estado, ou até mesmo de país, mas em se tratando de solos é o que eu mais tenho ouvido. Freqüentemente, escuto as pessoas dizerem que “os solos brasileiros são diferentes dos solos ingleses ou americanos”, numa tentativa de tentar descreditar o Método Albrecht.
O método Albrecht funciona em bases científicas e então eu não vejo o porque dele funcionar em um país e não funcionar em outro. O solo seria como um gráfico tipo “torta” onde o total deverá somar sempre 100%. Ao adicionarmos alguma coisa à fração argila, alguma coisa terá que sair, no caso do solo boliviano foram o Potássio e o Sódio que saíram baixando o pH.
Usar-se o pH como fator determinante para estabelecer a quantidade de nutrientes (principalmente Cálcio) que deve ser aplicado ao solo é uma visão muito limitada da realidade. Que informação nos traz o conhecimento do pH do solo ? Somente uma: a quantidade de H+ presente na solução daquele solo. Mais nada. O pH não vai me dar nenhum tipo de informação sobre o teor de qualquer nutriente do solo como Ca, Mg, K, Na, Al, Fe, Mn, Zn, Cu, B, P e S.
Dois solos com o mesmo pH poderão ter perfis de nutrientes completamente diferentes um do outro. Seria justo tratá-los da mesma forma com relação ao restabelecimento da fertilidade ? Evidente que não. Mas essa é a forma que a chamada “ciência dos solos” procede.
Lembrem-se das palavras do Prof. Albrecht : ” O Cálcio é o elemento que propicia a mobilização dos outros nutrientes para dentro da planta” como já dissemos anteriormente. Se os teores de Cálcio estiverem no seu devido lugar (assim como do Boro, seu principal aliado) existe até mesmo a possibilidade de se usar mais eficientemente outros nutrientes como o Potássio e até mesmo o Fósforo com conseqüente redução de custos em qualquer programa de adubação.
Portanto, ao usar o Método Albrecht tenha sempre em mente o seguinte:
1. Os valores obtidos pelas analises de solo atuais ( Embrapa, IAC, etc…) não podem ser comparadas aos valores mencionados por Albrecht que usava um outro tipo de extrator. Seria o mesmo que tentar comparar laranjas com bananas. A minha experiência pessoal me diz que um 60% de Albrecht equivaleria mais ou menos a uns 50% das analises atuais ( isso com relação a % de Cálcio na CTC). A metodologia da época de Albrecht produzia resultados e números maiores. Para os adeptos da teoria da conspiração os números maiores significam menor gasto com corretivos e/ou fertilizantes. Capicce ?
2. Os resultados de um laboratório, mesmo no Brasil, que utilize uma determinada metodologia não podem ser comparados com os resultados de outro que use uma metodologia diferente.
3. A coleta de amostras é tão ou mais importante do que a própria analise em si. Senão vejamos : 1 hectare de solo pesa aproximadamente 4.500 tons se considerarmos uma densidade média de 1,5 mg/cm3 e 30 cm de profundidade. Ao enviarmos apenas 200 gramas de solo para analise estaremos enviando uma fração mais do que ínfima. Essa porção se comparada aos 525.600 segundos de um ano é ainda menor. Ou seja, estaríamos analisando menos de um segundo e tentando extrapolar o resultado para todo um ano !
Lembrem-se bem disso quando forem coletar as suas amostras de solo.
Fico satisfeito em verificar que um conceito introduzido por mim há 15 anos atrás continua despertando o interesse de agrônomos de campo, consultores e gerando debates os mais acalorados possíveis.
REFERÊNCIAS
1. Albrecht, William A. The Albrecht Papers.Vol.I, Foundation Concepts, ACRES USA. 515 pgs, 1975
2. Albrecht, William A. The Albrecht Papers. Vol II, Soil Fertility and Animal Health, Acres USA, 192 pgs, 1975.
3. Albrecht, William A. The Albrecht Papers. Vol III, Hidden Lessons , ACRES USA, 401 pgs, 1975.
4. Albrecht, William A. The Albrecht Papers. Vol IV, Enter Without Knocking, ACRES USA, 315 pgs, 1975.
5. Andersen, Arden. The Anatomy of Life & Energy in Agriculture, Acres USA, 115 pgs., 1989.
6. Andersen, Arden. Science in Agriculture, Acres USA, 376 pgs, 2000.
7. Barker, Joel A. Paradigms: The Business of Discovering the Future, 240 pgs, 1985
8. Jones Jr., J.B. Plant Nutrition Manual, CRC Press, 149 pgs, 1998.
9. Kiehl, Edmar J. Fertilizantes Orgânicos, Ed. Agronômica CERES, SP, 492 pgs, 1985.
10. Kinsey, Neal & Charles Walters. Hands-on-Agronomy, Acres USA, 352 pgs, 1999.
11. Kinsey, Neal. Comunicação Pessoal. Dez.2001.
12. Margolis, Howard. Paradigms and Barriers: How Habit of Minds Govern Scientific Beliefs, The University of Chicago Press, 267 pgs, 1993.
13. Peavy, Williams S. & Warren Peavy. Super Nutrition Gardening, Avery Publishing Co., 236 pgs, 1993.
14. Sachs, Paul D. EDAPHOS-Dynamics of a Soil System, The Edaphic Press, 201 pgs, 1999.
15. Skow, Daniel L & Charles Walters. Mainline Farming for Century 21, ACRES USA, 206 pgs, 2001.
16. Skow, Daniel L. The Farmer wants to know, International Ag Labs, 20 pgs, 1995.
17. Walter, Charles & C.J. Fenzau. ECO-FARM- An Acres USA Primer, Acres USA. 447 pgs, 1996.
18. Whealler, Phill. The Non-Toxic Farming Handbook, Acres USA, 238 pgs, 1998.
19. Willis, Harold. The Lime Controversy- The Rest of The Story, Midwestern Bio-Ag, 25 pgs, sem data.
20. Wolf, Rad. Ed. Organic Farming: Yesterday’s and Tomorrow’s Agriculture, Rodale Press, 344 pgs, 1977.
21. Zimmer, Gary. The Biological Farmer, Acres USA, 352 pgs, 2000.
Fantástico!!
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Obrigado Felipe.
Fico satisfeito que tenhas gostado do artigo. Procure difundir mais esse blog para que tenhamos a possibilidade de gerar mais discussão sobre esse e outros assuntos relacionados ao manejo mais sustentável do solo agrícola.
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Com certeza,
Se quiser entrar em contato pelo WhatsApp, (43) 91165588.
Tenho um grupo de nutrição vegetal e fertilidade de solos… Posso adicionar vc!
Vamos ajudar a difundir o blog sim, muito interessante!
Abraços
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Prezado,
interessantíssima essa publicação.
Vai ao encontro do que pregamos na nossa empresa.
Peço autorização em divulgar esse artigo no nosso Informativo Técnico Comercial.
Abraços
Colatto
47 997111187
Zarcos Fertilizantes
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Caro Colatto,
Fique à vontade para divulgar o artigo sempre dando o devido crédito e mencionando a fonte.
Fico satisfeito em saber que outras pessoas também chegaram a mesma conclusão que nós.
Atenciosamente
Jose Luiz M Garcia
Instituto de Agricultura Biológica
11 97364.1716
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Muito obrigado pela lembrança dessa página.
Vamos divulgá-la por aqui.
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Rodrigo,
Boa Tarde.
Muito Obrigado por acompanhar o nosso blog.
Aí no Rio de Janeiro já temos um produtor que tem usado os nossos
conceitos e está muito satisfeito com os resultados.
Ele produz Morango Orgânico, em Friburgo, que é uma cultura
bastante delicada e tem colhido morangos com Brix elevado, portanto mais sabor,
nutrição e menos ataque de pragas.
Hoje com o sistema ASD (Anaerobic Soil Desinfection) tornou-se mais fácil cultivar o morango.
Abs
Jose Luiz
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Prezado prof. José Luiz, parabéns pelo brilhante artigo.
Seria este o relatado por telefone a citar nos boletins?
Neli Cristina B. Santos
Pesquisadora científica APTA/Polo Extremo Oeste
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Oi Neli,
Eu peço desculpas pelo atraso em responder em virtude de problemas com esse e mail.
Eu agora estou usando o
drvinagrephd@gmail.com
Sim, esse seria o artigo sobre o qual eu falei. Caso queira citar o método Albrecht essa seria a fonte correta.
Abs
JOse Luiz
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Não sou técnico na área, mas toda a base da fertilidade do solo, que tenho visto, baseia-se na sua acidez. Esse novo conceito é muito interessante, mas tanto um como outro ao invés de se falar em saturação de bases, algo apenas relativo, não se deveria buscar algo mais absoluto em termos de CTC? V=70% de qual CTC, de 5 cmolc/dm3 ou de 15 cmolc/dm3? qual a quantidade de bases realmente seria necessário para a melhor fertilidade? Há possibilidade de consultoria?
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Oi Cesar,
Apesar de não ser técnico na área vc pegou o conceito rapidamente.
Realmente, é de uma miopia cavalar considerar apenas um lado da moeda, isto é, o pH.
Não é só a saturação de bases não.
Albrecht também dava ênfase aos anions como Fosfato e Sulfato, assim como as proporções exatas do micronutrientes sejam cations ou anions.
Já a CTC é uma característica da formação do solo. Vc pode fazer muito pouco para aumenta-la. Sim, pode ser aumentada e eu já ví isso acontecer várias vezes mas não é algo fácil.
CTC diz respeito ao tamanho da “caixa dágua” e a saturação de bases diz respeito a quanto dessa caixa dágua estaria preenchida e de que forma.
Sim, há possibilidade de consultoria.
drvinagrephd@gmail.com
Abs
Jose Luiz
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Boa tarde, parabéns pela aula, sou tecnólogo em agronegócio, venho buscando mais conhecimento, e já uso o método Albrecht, tenho uma revenda de insumos em Mamborê-Pr,
comecei um trabalho agora, com calcários base forte, ca°, cálculo por saturação de cálcio 60 até 65%, logo terei resultados para te passar, um abraço.
Carlos José de Souza
Tecn. agronegócio
Conceito Agrícola
Mamborê-Pr
44 99718-9039
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Boa Sorte no seu negócio.
Precisando da gente fique a vontade.
Jose Luiz
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Ótimo texto, venho estudando esses conceitos e cada vez mais me sinto contemplado
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Fico satisfeito em saber.
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Prof. José Luiz, achei muito interessante seu texto, assim como o conteúdo descrito no seu curso sobre agricultura biológica (ainda que me pareça bastante para apenas 2 dias) e gostaria de lhe fazer algumas perguntas, caso seja possível. Aqui no RS a avaliação da acidez e sugestão de recomendação de correção se faz pelo Método SMP (eu, até então, tenho a utilizado a Soma de Bases), sendo Ca, Mg, Al e Na trocáveis determinados por KCl 1 mol L-1 e K pelo método Mehlich I. A partir das informações resultantes desses métodos, quais as proporções da CTC o Sr. sugere para Ca, Mg e K, utilizando o método de Equilíbrio de Bases? O Sr. recomenda a tabela de cálculos para Equilíbrio de Bases citada no livro de Sílvio Penteado e disponibilizada em texto do prof. Abreu Jr.? Uma última. Neste seu texto comenta que a recomendação do prof. Albrecht para K na CTC seria de 3 a 5%, com exceção de uva, abacaxi, banana e florestais. Para estes, qual seria sua sugestão? Grato pela atenção e retorno. Att, Leonardo.
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Jamais tente utilizar aquele malfadado programa denominado “Equibase”.
Ele simplesmente não funciona.
Não funciona porque os conhecimentos não foram transmitidos de forma correta.
Um agrônomo bem conhecido no meio orgânico, que tem o ego hipertrofiado, fez alguns cursos comigo , mas não aprendeu o método de forma correta, e por não ter nem ética, nem gratidão, nem honestidade e nem a devida humildade, optou por não dar o crédito e nem mencionar a fonte.
Pra começar as analises brasileiras não servem para ajustar as proporções das bases trocáveis citadas por Albrecht porque usam outra metodologia, extratores, etc..
Eles subestimam as bases.
Eu já tentei analisar aqui em um excelente laboratório de solos, o IBRA em Sumaré, e ao mesmo tempo no laboratório do Neal Kinsey e os números daqui sempre eram menores do que os de lá, simplesmente porque são métodos distintos.
Não que um seja melhor do que o outro.
Isso também já foi tentado na Africa do Sul e em outros países e também não houve correlação.
José Luiz
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Prezado amigo. Muito obrigado pelo texto. Estou estudando o assunto recentemente e gostei muito do que escreveu. Tenho como princípio, adubamos o solo e não as plantas. Também acho atualmente que a correção e adubação dos solos não deve deixar de lado a porção física (compactação) e principalmente a biológica do solo. A fertilidade para mim tem 3 pilares, a porção física, a química e a biológica. Os melhores solos que conheço são os solos vivos, ou em condição de mata. Do contrário não seria a “terra de mata” o melhor substrato que conheço. Creio e sustendo também que a biologia dos solos é o melhor indicador de sua fertilidade. Na agroecologia busco restabelecer essa biologia, com meus conhecimentos de fitotecnia. Poderia me indicar outros textos em português ou espanhol? Tenho dificuldade com o inglês e gostaria de avanças nessas línguas antes de encarar os artigos em inglês. Muito obrigado mesmo! Um abração. Eduardo, eng. agrônomo, Dr.
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Nos meus cursos eu deixo bem claro essa inteiração entre a química, a biologia e principalmente a física, mas não a física newtoniana mas sobretudo na Física da Natureza ou a Física quântica aplicada a biologia.
Falo também da floresta como modelo a ser seguido por ser o ecosistema que fixaria mais carbono na face da Terra.
Também falo da correlação positiva que existe entre a biomassa microbiana do solo e a sua fertilidade.
Hoje até já temos um método de campo para medir a biomassa microbiana.
Infelizmente, não conheço textos em português ( língua usada como código secreto na Segunda Grande Guerra) e em espanhol sobre esses assuntos.
O inglês, há muito tempo é essencial. Eu não saberia o que eu sei hoje se não fosse o inglês.
Abs
Jose Luiz
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Olá José Luiz. Quando oferece esse curso? Qual o conteúdo. Poderia me informar. Obrigado!
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Olá José Luiz.
Quando você oferece esses cursos e qual o conteúdo? Fiquei interessado.
Obrigado!
Eduardo Aguiar
Eng. Agrônomo, Dr.
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Caro Eduardo,
Eu programo esses cursos de tempos em tempos, desde que tenhamos novidades para transmitir.
Não gosto de ficar repetindo as mesmas coisas o tempo todo.
No momento estou programando um curso e assim que tiver local e data te comunico.
Abraços
Jose Luiz
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Ok José Luiz. Fiquei interessado Aguardo o convite. Obrigado! Eduardo.
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Dr vinagre tem e-mail ou telefone???
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Tem
drvinagrephd@gmail.com
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Ok José Luiz. Aguardo então o curso. Obrigado! Eduardo.
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Dr. Vinagre, bom dia!
Gostei muito da publicação, irei difundir entre meus clientes e colegas.
Peço que, por gentileza me adicione ao grupo de whatsapp.
Forte abraço!
Fábio Pereira de Almeida
agrofabioalmeida@hotmail.com
14 996033832
Engenheiro Agrônomo – São Manuel SP
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Boa Tarde,
Fico satisfeito que tenhas gostado.
Infelizmente eu não tenho grupo de WhatsApp.
Attn
Jose Luiz
Dr Vinagre
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Mas sugiro vc conseguir ser adicionado ao GAS ou Grupo de Agricultura Sustentável.
Fale com Rogério Vian
64 99989-1847
Esse grupo é o melhor que eu conheço embora eu não participe porque todas as minhas experiências com grupos não foram muito satisfatórias devido a heterogeneicidade dos participantes.
Eu não participo de grupo algum.
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Parabéns!
Vejo que não estou só, e que muitas pessoas já vem nessa linha conseguindo excelentes resultados.
Tenho recomendado todas as correções nesse padrão de 60 de Cá, 15 de Mg e 3-5 de K, e os resultados sempre são positivos. Nunca houve redução, e sempre um aumento grande de produção.
Basta recomendar calcário Calcitico, dolomítico e potássio para atingir o equilíbrio e será café com leite.
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Agradeço.
Por acaso vc trabalha na EMATER ?
Sds
Jose Luiz
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Olá José Luiz,
O assunto é muito pertinente e no meu caso me faz pensar sobre vários aspectos. Aqui no Mato Grosso, muitos clientes meus tem diversos problemas em relação ao solo com o qual trabalham. Geralmente pecam pelo excesso de uma adubação fosfatada e nitrogenada e esquecem por exemplo de uma correção e do fornecimento equilibrado de cálcio, magnésio e potássio (menos de 30 ppm neste último, não chega a 1 % a CTC). Além disso, o plantio direto que eles tanto defendem não funciona pois a cada ano insistem no preparo do solo que dizem mínimo com uma niveladora ou grade no pior dos casos, por possuírem um solo compactado e o querem justificar para incorporação de adubos (prática realizada após a colheita do milho safrinha meses de julho a agosto). Outro aspecto é em relação a micronutrientes. Problema geral, todos os clientes tem níveis de micronutrientes de seus solos muito baixos. O que gostaria de perguntar é: Se numa recomendação num programa de adubação (sistema soja/milho-safrinha) eu poderia optar por investir em uma correção de solo efetiva (calagem) e não investir tanto em fosfatagem (quando tenho níveis de fósforo em 15 a 18 ppm Mehlich) sem ter uma baixa na produtividade? Em relação aos micronutrientes, visto que a adubação padrão da região não chega nem perto de atender a demanda do solo e muito menos da planta, como seria esse manejo visto que tenho também que elevar a saturação do solo de forma significativa (baixa disponibilidade dos micronutrientes em relação ao pH) ???
Outra curiosidade: É possível utilizar refratômetro para aferir qualidade da planta bem como nutriente em deficiência ou excesso? No meu caso, para soja, milho, feijão e algodão, seria possível trabalhar com esse equipamento para me ajudar na tomada de decisão em relação ao programa nutricional?
Desculpe-me por estender a discussão.
Att,
Petrus
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Olá Petrus,
Fico satisfeito em dialogar com alguém que entende bem os problemas dos solos de Mato Grosso.
Também tenho clientes ai e o que eu percebo é que estão longe de algumas fontes de Cálcio e
Enxofre solúveis (ex. Sulfato de Cálcio) e quanto se tem Cálcio e Enxofre baixos a melhor opção ainda é
o Sulfato de Cálcio ou Gesso Agrícola. Ai no MT tudo fica caro em função da distância.
Tenho visto de tudo um pouco ai no MT. Deficiências de Cálcio, Potássio, Enxofre, Matéria Orgânica (Humus),
também de Fósforo na maioria dos casos e também de micro nutrientes principalmente o Boro e o Cobre.
Também existe deficiência de Manganês e Zinco mas não em todos os solos. O mais comum seria Cobre e Boro.
Ao falarmos de níveis de nutrientes no solo temos que admitir que estamos falando a mesma lingua, ou seja,
de que estejamos usando os mesmos laboratórios, já que existe diferença de números de um laboratório para o outro.
Eu até agora só ví analises do AGROANÁLISES de Tangará e considero esse laboratório bastante consistente.
Também verifiquei que no caso da soja, que utiliza mais Enxofre do que Fósforo, que o P é muito usado
e nenhum esforço é feito no sentido de se disponibilizar o Fósforo Remanescente ( Fósforo “amarrado”) que
naqueles solos variam de 600 a 800 ppm de P2O5 total. Se investissem dinheiro em Cultura de Cobertura
com diversas espécies ( Coquetel)ao invés de Fósforo ganhariam muito mais.
Ao mesmo tempo o Enxofre é totalmente negligenciado. E isso não é só um fenômeno do MT, mas sim mundial.
Assim como acontece com o Boro. Observo que sempre tentam corrigir o pH ( quando deveriam corrigir o Cálcio e o Magnésio)
mas não dão a devida atenção para o Boro e na minha opinião corrigir Cálcio com Boro abaixo de 0,7 ppm no solo,
é totalmente contraproducente. O Cálcio só funcionará adequadamente se o Boro estiver disponível., isto é entre
0,8 a 1,5 ppm. Eu , ultimamente tenho enfatizado o trio Boro, Silício e Cálcio. Esse trio é o que realmente
garante a produção. Veja, por exemplo, o que acontece com esse pessoal que usa pó de rochas e obtém
produtividades boas. Como sempre tem algum Cálcio e Boro, é o Silício do pó de rochas que realmente faz a
diferença.
Com relação ao Potássio, eu observei no MT, que geralmente a saturação é na maioria das vezes ao redor de 1%, o
que seria insuficiente para se obter boas produções tanto na soja quanto no milho. As vezes até menos do que 1%
da Saturação de Bases. Isso mesmo que vc também observou. É fato.
Quando a fazenda apresenta saturação ao redor de 3% ou acima, em alguns talhões, esses são sempre aqueles talhões
que apresentam a melhor produtividade. E é nessa horas que eu agradeço a Deus de ter podido conhecer o trabalho do
Prof Albrecht através de um dos seus alunos o Neal KInsey. Aquele pessoal sabia sobre o que eles estavam falando.
Estou com dados do Paraná da CESB que com Saturação de Cálcio na faixa de 50 a 55% foram quando obtiveram
as maiores produtividades ( até 140 sacas de soja por hectare ). O Albrecht estava certíssimo.
Você me pergunta se pode investir em calagem ( temos que conceituar o que vem a ser calagem ) e deixar fósforo de lado
com Mehlich de 15 a 18. Bem , primeiramente precisamos saber qual o tipo de calcário ao qual vc estaria se referindo e
para isso precisamos saber as saturações de Ca, Mg , K e Na desse solo. Não dá para responder a essa pergunta sem ver
as analises de solo. Da mesma forma precisamos saber os tipos de calcário à disposição com os teores de Ca, Mg bem como
a granulometria pra saber o quanto será disponibilizado no primeiro ano.
Com relação aos micros a mesma coisa. Sem saber os níveis do solo, não dá pra dizer nada e finalmente os teores de Matéria Orgânica
e os de Enxofre devem ser sempre levados em consideração. O que pode ser feito é pular uma safra de milho, que não dá nada
mesmo, principalmente se chover pouco na safrinha, por exemplo, e plantar um coquetel que irá elevar consideravelmente os
níveis de Fósforo e Enxofre entre outros, após colher a soja. O Coquetel realmente, melhora bem as coisas e o produtor tentando
ganhar mais uma safra, as vezes está deixando de fazer um trabalho que vai refletir por vários anos.
E finalmente, com relação ao Refratômetro ele te dá uma leitura rápida que te permite avaliar o Teor de Sólidos Solúveis somente.
Ao examinar a separação das cores que te dá a leitura do Brix ( geralmente azul e branco) se a divisão for clara e nítida, isto é um
sinal que a maioria dos sólidos solúveis são açucares. Se a divisão for difusa, isto é, não muito clara, isso é considerado um sinal
de Cálcio disponível. Mas de toda a maneira é uma leitura indireta. Mas a verdade é que se o Brix for alto a planta está bem suprida
de açucares e poderá converter todo o Nitrato a Proteína e isso garante uma boa produtividade porque a rizosfera também estará
suprida de exudatos.
Pra saber o nível exato de Cálcio, Magnésio, Potássio, Nitrato e o pH da seiva vc vai precisar de medidores individuais
da HORIBA L’ÁCQUA MIN.
http://www.horiba.com/us/en/application/material-property-characterization/water-analysis/water-quality-electrochemistry-instrumentation/compact/
Esses medidores realmente nos ajudam a tomar decisões mais acertadas e corrigir eventuais erros durante a safra, coisa que
a analise foliar (que eu chamo de necrópsia foliar) não te dá.
Attn
José Luiz
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José Luiz, muito obrigado pela atenção.
O assunto levanta muitos questionamentos e acaba por se estender bastante. Se não se importa gostaria de continuar com a conversa.
De fato, em relação aos micronutrientes, o Boro e o Cobre são os que mais têm deficiência por aqui. Outra questão, a quantificação do Boro em laboratório é muito questionável, pois para a mesma amostra de solo enviada para quatro laboratórios diferentes aqui de Sorriso-MT, observei valores diferentes que variavam de 0,1 a 0,6 mg/dm³. Portanto, não gera confiança alguma, talvez pelo método de análise ou forma de trabalho do laboratório.
Entendo, como você deixou claro também, que para uma discussão mais assertiva a respeito dos questionamentos que te fiz, precisaríamos das análises de solo para que possamos conversar mais profundamente a respeito do assunto (não sei se cabe aqui ou se você prefere um contato por email, ou então se isso já configuraria uma consultoria).
O fato é que a distância complica bem as coisas por aqui. Quando penso em relação as fontes de nutrientes solúveis, fósforo, enxofre e cálcio principalmente, isso torna os custos sempre mais altos. A utilização e calcário dolomítico é predominante por aqui. Não me espanta o fato da deficiência de cálcio ser praticamente generalizada. Além disso, empresas de “Agricultura de Precisão” ainda insistem em proporções de nutrientes 3:1 (Cálcio:Magnésio) sem ao menos entender o que os valores da análise de solo realmente significam no campo (muitos dos profissionais desconhecem que 1cmolc/dm² = 400 kg/ha), ou seja, como você mesmo já disse, é uma imbecilidade gigantesca.
Agora, pra falar a verdade, não que eu seja contra a utilização de calcário, mas tenho alguns clientes que recomendo a aplicação de Cálcio e Magnésio silicatados (escórias e Serpentinito) há 4 anos. Essa sim é uma fonte que faz um trabalho muito interessante, apesar que os outros 80% dos meus clientes ainda acreditam que eu não sei o que estou fazendo. Mas os resultados têm mudado a opinião de alguns. De novo, o frete inviabiliza muita coisa e em alguns casos até essas fontes. É sempre necessário muito cuidado com os custos.
Outra solução plausível que encontrei para nossas condições é a utilização de plantas de cobertura. O consórcio se mostrou muito eficiente. Apesar de muito recente, vamos plantar nossa primeira área de soja após mix de plantas de cobertura, nesse ano. É uma prática que realmente cabe no bolso do produtor, que também precisa entender e acreditar, mas que gera um resultado muito maior. Colher 100 sacos de milho por hectare, realmente não fecha a conta. Não existe milagre, mas nós brasileiros copiamos tanta coisa dos estrangeiros (norte americanos principalmente) que não funciona para nossa agricultura tropical, por que não copiar coisas que funcionam? Ana Primavesi já defendia isso há muito tempo.
São muitas coisas que acontecem de errado por aqui mas seguimos na luta. Em toda dificuldade tem oportunidade.
OBS: Em relação as análises de seiva, quando o valor é gerado no equipamento que você mencionou, como você interpreta estes resultados? Faz uso das tabelas de quantidade de nutrientes em folha? Faz cálculos de recomendação de adubação corretiva com base em quais estudos?
Obrigado mais uma vez!!
Petrus
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Olá,
Da minha parte acho interessante continuar uma conversa que poderá ajudar a outros que estejam passando pelos mesmos problemas e questionamentos.
Pra sorte nossa os dois micro nutrientes mais baratos para se corrigir seriam justamente o Cobre e o Boro. Entretanto, com relação a importância do Boro na sequência bioquímica do solo, esse rótulo de “micronutriente” não dá a ele o devido crédito ou valor.
É verdade que as quantidades em questão são ao redor de 1 a 2 ppm no solo, mas essa pouca quantidade irá influenciar e muito na absorção do Cálcio e em outro aspecto muito pouco conhecido da maioria das pessoas, que é o poder que o Boro tem de solubilizar o Silício. Além disso, o Boro é o responsável pela pressão de seiva na planta e junto com o silício e o cálcio forma o trio responsável por levar a seiva bruta aos locais de fotossíntese que, diga-se de passagem, é todo o nosso objetivo como agricultores. Queiramos ou não , nós não passamos de “Gerentes de Fotossíntese”. Essa é a nossa profissão. Essa é a nossa grande missão.
Aumentar e agilizar a fotossíntese fará com que a planta produza mais. Produzindo mais ganharemos mais. Matéria deve vir da Energia, dai E=m.c2, ou Energia ser igual a Massa x c2. Se quisermos aumentar “m “, que é a massa, temos que aumentar a energia nesse sistema.
Um outro aspecto que precisamos entender é o seguinte: As plantas não estão exibindo todo o seu potencial genético por falta de condições favoráveis e cabe a nós proporcionar as condições para que isso aconteça. Hoje já existem agricultores colhendo 143 sacas de soja por hectare (dados da CESB). Quando eu disse que um produtor biológico colhia 90 sacas por hectare há 5 anos atras fui chamado de mentiroso na cara dura e por um agrônomo, ou seja por um colega que não respeitou a minha experiência, o meu conhecimento obtido aqui e em outros países e nem a minha idade. Ou seja ignorância e falta de ética não é um previlégio dos menos favorecidos apenas.
Com relação ao seu questionamento sobre os diferentes resultados para a analise de solo do Boro eu só tenho a dizer que infelizmente isso é a mais pura verdade. Eu tenho observado isso em quase 30 anos. Lamentável, porem verdadeiro. Mas não deveria, pois é uma analise relativamente simples e universal. O conselho que eu te dou é escolher bem um laboratório que seja consistente e ficar com ele, pois como já disse, não dá para comparar um resultado de um lab com o de outro. Nem no Brasil e nem nos Estados Unidos ou em qualquer outro lugar.
No MT eu uso o AGROANÁLISE e até agora achei esse lab muito coerente. Existem outros como LABORSOLO no Paraná, IBRA em São Paulo e deverão existir outros mas eu não conheço.
Nos laboratórios que eu citei eu procuro manter valores próximos de 1 ppm ou até maiores dependendo das areas envolvidas. Ideal 1.5 ppm. O grande problema é que o Boro sendo eletronegativamente carregado tende a não se fixar nas argilas carregadas negativamente e sendo repelido tende a se perder. Por isso, eu recomendo a complexação do Boro com ácidos húmicos solúveis do tipo Humisolve, para manter o tempo de residência no perfil do solo.
Sendo a distância um fator importante vc precisa dar o devido peso a cada um dos nutrientes envolvidos. Por exemplo, muito pouca gente sabe que a soja utiliza mais Sulfatos do que P2O5 . Não é a única planta que usa mais S do que P. Existem outras. Portanto, deve ser dada a devida importância ao Enxofre o macro nutriente ( sim o S é um macro nutriente) mais negligenciado da história da Agricultura.
Agricultura de “Precisão” nada mais é do que um rótulo. Mais nada. As ferramentas são boas mas se a pessoa que estiver por trás do software for uma besta quadrada de que adianta essa suposta precisão ?
Materiais silicatados como Silicato de Cálcio são excelentes desde que vc os utilize tendo em mente as proporções do Prof Albrecht. Hoje mesmo tive a satisfação de acessar o site da CESB e verificar que os produtores que são os recordistas na produção de soja, tem a saturação de bases com 50% de Cálcio, 15 de Magnésio e 5% de Potássio. Quando eu sugeri isso há 20 anos atras eu fui linchado profissionalmente . Um pesquisador cabeça-de-bagre do IAC de Campinas chegou a me ameaçar de processo, porém mudou de idéia quando eu disse que provaria que ele estava errado.
Plantas de cobertura sempre. Quanto mais espécies melhor. Em areas pequenas eu chego a usar até 10 a 12 espécies diferentes. Aumenta bastante a saturação do Potássio, até demais e aumenta o Fósforo Resina para até 182 ppm desde que existe Fósforo residual (P Total ).
Com relação a analise de seiva da planta eu acho bem interessante por que na analise foliar feita em folhas secas seria mais uma necropsia foliar. Os elementos estão complexados e é necessário usar ácidos fortes para a extração. Portanto, não é uma coisa natural.
Me explico : Muitas vezes vc vai ter, por exemplo, níveis de Manganês considerados normais e que são extraídos pelos ácidos fortes mas se esse Mn estiver quelatizado pelo Glifosato dentro da planta ele não estará disponível. Deu pra entender ? Poderá estar igualmente complexado a outra molécula e dessa forma não disponível.
Já na seiva a leitura é direta. O Nitrato é direto e te dá uma leitura que irá te ajudar no gerenciamento do Nitrogênio, por exemplo. No milho, muito nitrato atrai inseto. Aliás, no milho não, em qualquer outra planta. Se o pH estiver baixo será por falta ou de Cálcio, ou de Magnésio ou de Potássio. Ao checarmos o Cálcio, vamos eliminando essas outras opções e muitas vezes ainda dá tempo de intervir na lavoura.
Existem limites a serem observados e cada lavoura tem o seu. Nitrato de uma maneira geral acima de 2.000 ppm na seiva é problema na certa.
Agora como vc mesmo perguntou “cálculos de recomendação de adubação corretiva com base em quais estudos?” é preciso que vc entenda que a academia hoje corre atrás do prejuízo. Os recordistas de produção de soja já demonstraram que a academia não entende muito bem as coisas. Não espere “estudos”por parte deles. Pelo contrário. Farão tudo para desacreditar esse método como tentaram fazer quando eu sugeri adotar o Método Albrecht, até hoje o meu artigo mais lido no blog do Instituto de Agricultura Biológica, tendo sido lido por milhares de leitores espalhados pelo mundo todo todo. Agora nesse exato momento deverão existir pelo menos umas 10 pessoas lendo o artigo sobre o Equilíbrio de Bases espalhadas não só por países de lingua portuguesa e hispânica mas também EUA, Europa , Asia e Oceania.
É preciso que a gente entenda que a história da agricultura está sendo re-escrita nesse exato momento. Livros de Agricultura não mencionam nodulação em estágio V1 a V3, nem aumento da disponibilidade do fósforo de 20 ppm para 182 ppm sem a adição de nenhuma grama de P.
E por falar em nodulação não se esqueça que o Enxofre exerce um papel muito importante na viabilidade e manutenção dos nódulos, mas essa já seria uma outra história, a qual eu estou escrevendo nesse exato momento.
Estou escrevendo um artigo sobre o Enxofre que prometo irá esclarecer inúmeras aspectos desse importante nutriente.
Aguardem.
Um abraço do amigo
José Luiz
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Caro José Luiz,
Quando falamos de plantas e cobertura e ciclagem e nutrientes, de quais plantas estaríamos falando? Eu conheço pouco material a respeito, mas conheço um caso de sucesso de um produtor aqui de Lucas do Rio Verde que desenvolve bem esse trabalho. É justamente como você disse, existem muitas práticas adotadas no campo que a academia não compreende e portanto está atrasada nesse sentido. Esse produtor que me referi, tem em seu solo 600 mg/dm³ de K, apenas trabalhando plantas de cobertura em manejo rotacionado com soja e em alguns poucos casos com milho + braquiária. Claro que ainda utiliza fertilizantes químicos, mas em bem menor quantidade otimizando assim seu custo.
Porém eu tenho algumas dúvidas. Na última safra de soja um cliente antes de começarmos a trabalhar juntos me questionou a respeito das recomendações de um outro profissional em relação ao manejo do solo. Sendo que aqui no MT o maior foco é dado para venda de defensivos, conceitos básicos como uma correção e adubação são deixados de lado. Aliado a isso, também existe a questão do custo -benefício, que faz como que o formulado mais utilizado atualmente seja o 00-18-18 + 20 Kg de Micron. com óleo. Isso tudo faz com que o problema seja quase unânime salvo poucas exceções. Voltando ao meu cliente, o questionamento dele foi o seguinte: Solo de CTC 8,26 cmol/dm³, 12 mg/dm³ de P(Pmeh), 2,9 cmolc de Ca, 1 cmol de Mg, 50mg/dm³ de K, 3,9% de M.Organica, V% 49, B 0,1 mg, Cu 0,7 mg, Fe 51 mg, Mn 0,5 mg, Zn 1,9 mg. Argila 55 %, Areia 40%, Silte 5%. Pergunta: Após a colheita de 62 sc/ha nessa área com a utilização da seguinte adubação 300 kg/ha de (07-33-07) + 6,6% de S, 0,14 % de B, 0,07% de Cu, 0,07% de Mn, 0,3 % de Zn e cobertura de 150 kg/ha de KCL (50% K; 15 % S bentonita) + 100 kg/ha e KCL (60% K) e de 63 sc/ha na área padrão fazenda ao lado com adubação de 550 kg/ha de 00-18-18 + Micro 0,05% de B e 0,05% de Mn, qual a razão para tal resultado? Entendo que o primeiro manejo, apesar de não atender todas as exigências nutricionais do solo e da planta, seria teoricamente melhor do que o segundo manejo. Lembrando que nos dois manejos foi aplicado 1,5 ton/ha de calcário calcítico prnt 80% (36,5% CaO e 6% MgO) 65 dias antes do plantio. Não sei se esses dados ajudam a responder essa questão, mas para qualquer informação a mais estou disposto a lhe dizer, mas no primeiro manejo a planta de soja não respondeu a aplicação mais elevada de K2O. Para que isso aconteça, solos com deficiência de potássio precisariam de plantas que consigam ciclar esse nutriente ou a adubação de quase 150 kg de K2O ainda foi insuficiente para as plantas responderem em produtividade? O solo está tão pobre (física, biologica e quimicamente) que estas práticas por mais dispendiosas que sejam não podem contribuir muito para a melhoria da produtividade? Em relação a exigência maior de sulfatos em relação a fosfatos como você já comentou, isso poderia estar afetando esse resultado?
Posso atribuir parte desse resultado insatisfatório também o fato de o profissional anterior não ter feito bom uso do método Albrecth?
Obs: As precipitações foram abundantes sem ocorrência de veranicos. Soja plantada dia 10 de outubro de 2017.
Entendo que são questões muito específicas, mas são parte do meu dia a dia. O produtor muito cético (e de certo modo entendo essa postura devido ao nível dos profissionais que muitas vezes insistem em fazer o que não sabem), já não sabe em que e em quem acreditar. Isso torna o trabalho bem mais difícil e me faz pensar muitas vezes se o que estou estudando e o que estou colocando em prática está realmente no caminho certo para um bom resultado. Sei que receita não existe, mas muitas vezes os resultados do campo me colocam em xeque.
Por último, devo deixar aqui meu obrigado mais uma vez por podermos expôr e fazermos esses questionamentos nesse espaço.
Petrus
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Caro Petrus,
No momento eu estou com o meu tempo totalmente tomado por vários compromissos pessoais mas te responderei assim que eu puder. Todos os seus questionamentos tem resposta e eu prometo te responder assim que eu puder.
Nesse meio tempo tente dar uma olhada no site da CESB que é http://www.cesbrasil.org.br e veja o nível de saturação de bases e as respectivas saturações com Cálcio. Mg e K dos campeões de produtividade da soja..
Ali está listado o manejo de todos os campeões de produtividade de todas as regiões do Brasil.
Eles trabalham com o método Albrecht mas simplesmente não mencionam mas falam especificamente em saturação de K em 5%, Magnésio em 15% e Saturação de bases em 80%. O que é isso se não é o que Albrecht estabeleceu na década de 40 e 50 ?
O método Albrecht funciona em todos os solos de todos os países. Pode acreditar.
Sds
Jose Luiz
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Caro Petrus,
Vamos por partes.
Eu tenho uma visão diferente sobre como acontecem as coisas. Todos, e eu digo
TODOS MESMO, agricultores, academia e centros de pesquisa ficam inventando coisas
para “aumentar” a produção, quando na verdade deveriam nos ensinar como fazer para
que a expressão genética máxima não se reduza aos níveis ridículos de produção que observamos
atualmente.
Não é a mesma coisa. Repare bem. São duas formas de enfocar e ver o mesmo problema.
Qual é o potencial genético da soja por hectare ? 150 sacos ? 160 sacos ?
Bem, um pessoal de Guarapuava no PR colheu 149 sacas de acordo com a CESB..
Então o potencial genético dela, deve estar acima disso, concorda ?
O que nos faz crer que estamos nos contentando com uma fração muito pequena dessa
produtividade toda. Nos dois exemplos que vc me mandou 62 e 63 sacas por hectare não
chegam nem a 50% do potencial genético da planta, o que nos leva a crer que não é só uma
questão de “manejo”. Na minha forma de ver, estamos “perdendo” a produção. Ela está se esvaindo
por “entre os dedos” pelos erros que cometemos no gerenciamento nutricional da lavoura.
Então, tentar reduzir essa discussão a uma simples questão de manejo,
já nos coloca em desvantagem e nos impede de enxergar a verdadeira realidade.
Da forma como eu vejo a situação, nós devemos prover as plantas de todos os elementos
para que aquele determinado material genético possa exprimir toda a sua plenitude e isso
inclui também, temperatura e umidade, além de Oxigênio, teor de Humus, microbiologia, penetração
de umidade e outros elementos e parametros não considerados nas analises atuais de solo.
Sem querer desconsiderar o fato de estarmos trabalhando com números que teremos que supor
como verdadeiros, o que torna a questão ainda mais complicada, eu poderia fazer algumas considerações:
Na primeira analise que vc me enviou o K está em ppm e não em cmol,
para que eu possa calcular a sua % na saturação de bases.
Primeiro preciso dessa informação em % da saturação de bases.
O Cálcio eu calculei e estava em 35% da CTC. É isso que eu preciso saber.
Pode-se ver, de cara, que está baixo e, portanto, limitando a produção.
Diante disso, a primeira sugestão que eu lhe dou é: Tente usar no proximo ano
não uma, mas sim duas toneladas de CALCÁRIO CALCÍTICO. O PRNT é muito
baixo o que me leva a crer que: Ou ele não tem as quantidades declaradas ou o tamanho
da partícula é muito grande e portanto ele é de baixa reatividade. Considere a possibilidade
de trabalhar com fontes solúveis de cálcio em pre plantio ou imediatamente em pós plantio.
Vai ver que reduz bastante a pressão de ervas daninhas. 20 a 30 litros por hectare já muda bem
a situação.
O Magnésio estava em 12% .
Não está de todo ruim para o teor de argila desse solo. Por isso sugeri a mudança para Calcítico.
Mas como o Cálcio está bem baixo e, portanto, limitando a produção procure usar um pouco mais
(2 tons/ha ou até mais) e se puder com uma granulometria mais fina.
O Potássio = ? Ele deve ficar de 3 a 5%. O pessoal que colhe 149 sacas por ha mantém a % no máximo,
isto é, 5% da saturação de bases.
O Fósforo Mehlich está baixo. E aqui eu faço uma aposta com vc. Se o seu P total ou remanescente não
estiver acima de 500 ppm eu dou minha cara a tapa. Levando-se em conta que esse solo vem sendo plantado
a pelo menos 20 anos, caso contrário a minha aposta não se mantém.
Então, o que podemos deduzir desse dado ? É justamente que existe baixa atividade microbiana no seu solo.
Quais os motivos ? Diversos . Uso indevido do solo, compactação x falta de oxigênio, uso constante de
Potássio na forma de Cloreto, Fungicidas, Herbicidas, especialmente o Glifosato, etc….
Teremos que tentar elevar a saturação do Potássio para 5% e de preferência com fontes que não sejam KCl.
A M.O. não está de todo ruim o que é típico desses solos que utilizam o PD. O “x ” da questão é: Quanto dessa
Matéria Orgânica é de fato Humus ? É o Humus o que interessa e não a M.O. A regra que eu tenho visto com PD
é M.O. alta e Humus baixo.
V% está baixo e deve ser elevado com Cálcio em primeiro lugar e em segundo com Potássio , se assim
for o necessário. Nesse aspecto faz muito sentido começar a pensar em Pós de Rocha que tenham Potássio.
Eu analiso os micronutrientes e recomendo aos meus clientes que eles sejam corrigidos baseados nos teores
que eu encontrei no solo e os corrijo baseado em fontes que eu reconheço fidedignas e honestas.
Por favor me desculpe mas, conhecendo como eu conheço a indústria de fertilizantes do Brasil, eu não
confio nesses números que eles apresentam como verdadeiros. Não são. Ponto Final.
Esses níveis de micronutientes supostamente presentes em fertilizantes formulados JAMAIS irão corrigir
as suas deficiências do solo.
Com 0,1 ppm de Boro vc não vai a lugar nenhum. Qual nível seria mais baixo do que esse ? 0,0 ppm ?
Se vc me perguntar , na minha opinião, qual o elemento que estaria
limitando mais a sua produção eu diria justamente que é o BORO. E porque ? Justamente porque sendo o Cálcio baixo, como é, a situação se agrava ainda mais.
Porém, corrigir o Cálcio sem corrigir o Boro eu vejo como pura perda de tempo e de dinheiro.
Além do mais, em termos de custo, o Boro é de todos os elementos, o mais barato de ser corrigido.
Dessa forma, não existe desculpas para não corrigir o BORO.
Nesses solos vc vai precisar de pelo menos 2 kilos de BORO ELEMENTAR por hectare e eu recomendo que esse boro seja aplicado com agua na qual vc irá dissolve-lo com ácidos húmicos na razão de 1: 20 , ou seja, se for usar o Tetraborato, 1 kg de Humatos Solúveis em pó ( existem várias fontes no mercado – Eu uso o da OMNIA ou o Humisolve) para 20 kilos de Tetraborato. Os ácidos Humicos irão complexar o Boro e evitar que o mesmo se perca já que ele, por ser carregado eletronegativamente, não se fixa nas argilas também carregadas eletronegativamente. As
argilas repelem o Boro e ele tem muita dificuldade para se fixar no solo. A única fração na qual o Boro pode se fixar
é justamente na fração humica que possui cargas positivas além de negativas. E é justamente esse fato que me permite supor que, apesar da sua M.O. ser 3,9%, ela deve estar bem pouco humificada porque o Boro é baixo.
Essa é uma informação indireta que vc tem M.O. mas não tem humus no solo. É a microbiologia que forma o humus
no solo.
E como vc tem baixo teor de P , essa também é outra informação indireta de falta de atividade microbiológica.
Uma forma de matar-mos essa charada seria uma analise de Respirometria do Solo , mas diante dessas duas
evidências eu já me dou por satisfeito.
Se não fizer isso, vai ficar dando tiros no escuro e fazendo perguntas sobre esse ou aquele manejo e sempre
não chegando a conclusão alguma. Mas já que vai fazer isso aproveite e faça a mesma coisa com o Cobre, Zinco e Manganês. Todos estão baixos. Na medida do possível e do bolso, é claro.
A hierarquia do solo, segundo o Prof Albrecht, é a seguinte:
Ferro dificilmente teremos problemas aqui no Brasil mas pode ocorrer carência em solo arenosos.
Mas o Ferro deve ser sempre maior que o Manganês. Nunca inferior. Isso é importante.
Manganês – ao redor de 15 ppm no mínimo.
Zinco – Mínimo de 5 ppm
Cobre – Mínimo de 2 ppm.
Boro – Acima de 1 ppm. Até 1,5 ppm.
Molibdênio – 0,5 ppm. Se não tiver tem que aplicar ou incluir no calendário de pulverizações.
Como pode ver o seu solo está devendo e muito. Numa situação como essa, de baixo nível de Cálcio,
que é macronutriente, Potássio ( não sei ? ), P baixo, também desconheço o seu nível de Enxofre, e baixos
teores de TODOS os micronutrientes, aliado a baixa microbiologia, e baixo teor de Humus,
não vai ser esse ou aquele manejo que irá determinar a produção maior ou menor.
Não é por ai,
Está tudo trabalhando de forma amarrada. Lenta. Sem micronutrientes as reações enzimáticas não se processam.
Sem Humus, que é o alimento preferido da microbiologia do solo, os micronutrientes presentes na rocha-mãe
não são disponibilizados. Existe um microrganismo por trás de cada mineral.
Não estou aqui avaliando custo de nada. Estou dizendo aonde vc tem problemas. O custo é sempre
uma decisão pessoal do produtor e esse é um dos principais motivos para que ele se torne refém dessas formulas
comerciais de adubos formulados. É mais barato, menos trabalhoso, ele colhe igual ( menos de 50% do
potencial genético da lavoura) e a vida segue em frente.
Com relação a minha experiência pessoal com Cover Crops ( plantas de cobertura) eu sei que o coquetel
aumenta bem o fósforo disponível, isto é se houver P remanescente ( Total ) no solo. Girassol aumenta
muito o Potássio e essa deve ser uma prioridade para vc já que, aparentemente, tem o K baixo.
Essa iniciativa além de dar uma baita de uma economia em P e em K, não vai detonar, muito pelo contrário
a sua microbiologia do solo. As Cover Crops (Plantas de cobertura ) vão dar uma ajuda muito grande com relação
a atividade microbiológica do seu solo. Com isso a disponibilização dos micronutrientes deverá ser aumentada.
As plantas evoluíram trabalhando junto com os micróbios de solo e não vai ser de outra maneira que iremos
obter o máximo do seu potencial genético.
Espero ter atendido ao seu questionamento.
Abs
Jose Luiz
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Caro José Luiz,
Você atendeu sim aos meus questionamentos e devo lhe agradecer. Muito obrigado!
É evidente que o assunto vai longe, pois envolve diversos temas.
Eu me deparei muito com um certo paradoxo quando estava para completar a minha graduação na faculdade. Era quase que unânime, depois de quatro anos como bolsista de iniciação científica, a decisão de imediatamente após a graduação, iniciar o mestrado e posteriormente continuar com o doutorado. O fato de se especializar ser algo muito valorizado e enaltecido pouco me atraía quando cada vez mais percebia o quanto o conhecimento gerado para uma área tão pequena da ciência, era quase inútil. Digo isso porque da maioria dos trabalhos ao qual tive conhecimento e acompanhei, quase todos foram “engavetados”, ou seja, não contribuíram para a sociedade como deveriam. Isso se tornou pior com o passar do tempo, pois quanto mais específico se tornava, menos aproveito se extraía daquilo. Talvez eu não estava preparado e também não quero parecer aqui ingrato com as oportunidades que me foram dadas. Aprendi muito. Só não era hora, acredito. De todo esse tempo na academia (5 anos) e dos estágios que fiz, é em de certa forma muito triste perceber que apenas em algumas observações pontuais que você fez eu conseguir entender de forma clara e simples os problemas que enfrento no momento. Esse tempo todo com profissionais tão bem graduados na academia bagunçaram minhas ideias (será que essas pessoas realmente se orgulham de saber tanto de tão pouco e não conseguir conectar as coisas e gerar conhecimento integrado? será que é tão importante assim complicar as coisas???)
Além disso, quantos profissionais continuam errando (sabendo ou não) por pressão do mercado e de grandes empresas sem fazer absolutamente nada? Por isso, agradeço por compartilhar seu conhecimento comigo e me sinto privilegiado. Minha missão agora é difundir o conhecimento e executar, além é claro de continuar estudando!!!
Obrigado mais uma vez,
abraço
Petrus
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Parabéns pelo texto. Muito valor agregado nele.
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Dr. Vinagre, devemos levar em conta a CTC a ph 7 ou a CTC efetiva?
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Qual a relevância dessa sua pergunta ?
Jose Luiz
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Em qualquer das duas hipóteses estaremos sempre trabalhando com um valor absolutamente teórico que será sempre uma função do método de extração utilizado, ou seja, do extrator que foi usado para se obter os números que somados irão te determinar a CTC.
O que vcs precisam entender é o seguinte : “Ciência” do Solo não é nem uma ciência quanto mais Rocket Science.
O importante é você entender que a moeda tem duas faces.
A face contemplada pela Agronomia Ortodoxa só te dá uma única informação, isto é, a concentração de prótons no solo.
Não te diz se vc está com Cálcio, Magnésio, Potássio e Sódio baixos ou em excesso.
O Prof Albrecht nos ensinou olhar a outra face da moeda. Esse é o verdadeiro trabalho de um professor e é por isso
que eu sou eternamente grato a ele.
Obrigado, mas você também me deu a necessária inspiração para que eu possa escrever o meu próximo artigo:
As duas faces de uma mesma Moeda.
E isso não se aplica somente a esse caso mas a diversos outros. Por isso resolvi escrever sobre esse assunto.
Obrigado por ter me alertado para mais esse outro aspecto da realidade.
Jose Luiz
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Caro Petrus,
Meus parabéns pela didática e as riquezas de informações no contexto “solo x planta x equilíbrio de base” ou melhor, solo equilibrado é vida em todos os sentidos da base a biota do solo, a falta do equilíbrio inibe na sua totalidade a produtividade.
Nossa empresa Polli Fertilizantes especializou-se com fertilizantes corretivos granulados, classificados como Orgânicos junto ao IBD, onde temos uma base de CaO forte com tecnológica própria, exatamente na mesma linha de conduta expressada em suas analises técnicas.
Gentileza informar telefone de contato.
Abraço,
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Mesmo não sendo o Petrus para quem essa mensagem foi enviada eu gostaria de saber porque a
vossa empresa optou por fontes menos disponíveis como os óxidos.
Attn
José Luiz
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Caro, Luiz.
Agradeço pela mensagem. O meu jeito de enxergar a agricultura mudou completamente após os esclarecimentos e o conhecimento que o Sr. Garcia compartilha livremente neste blog. Tive a honra de participar de um de seus cursos e também de prestigiá-lo em eventos. O aprendizado nunca para.
Meu contato é:
66 99975 1278
Atenciosamente
Petrus
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Ola Dr. Tenho um solo com as seguintes características: pH: 7; P: 24 mg/dcm3. k: 0,82 ; Ca: 1,9, Mg: 1,0. Al:0,0 H+: 1. ( cmol/ dcm3), SB: 4,2. Ctc: 5,2 e V%: 81. Lendo seu artigo fiquei na dúvida, um solo desse com uma saturação alta , poderia está jogando calcário calcítico para elevar os níveis de cálcio desse solo, uma vez que o mesmo encontra muito baixo, e caso faça essa operação , não estaria diminuindo a concentração dos micros?
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Renan,
Qualquer especulação sobre o Método Albrecht usando dados de laboratórios brasileiros que não usam o mesmo extrator daquela época, i.e. Acetato de Amônia, é pura perda de tempo.
Por isso, eu não posso responder a sua pergunta. Ela simplesmente não faz sentido algum pois usa um raciocínio errado. Eu não posso conjecturar sobre uma situação que foi obtida usando um outro extrator.
Os números não batem.
Eu acabei de comparar 13 resultados do Kinsey Ag Labs, que ainda usa o mesmo método de extração da época do Dr Albrecht, com 13 resultados ( a amostra foi exatamente a mesma) do laboratório IBRA de Sumaré, SP e os únicos resultados que mais se aproximaram foram a % de Matéria Orgânica e a CTC. Todos os demais resultados não tinham a menor correlação. Como é que eu posso usar um raciocínio obtido com um tipo de analise em cima dos resultados obtidos com outro tipo de analise ?.
É evidente que aquilo que vc disse é obvio, ou seja , se tivermos altos teores de bases com pH elevado teremos menos micro elementos disponíveis.
Além do mais vc não conseguiu entender o fundamental desse método, isto é, nós nunca usamos os valores absolutos que podem ser em cmol, mmol ou qq outro. Nós só usamos os valores relativos, isto é % de Ca, Mg, K e Sódio da CTC. Você precisa saber quais dessas quatro bases estaria influenciando a sua % de saturação e tentar corrigir. Sem saber isso, o que eu posso dizer, mesmo usando valores que não correspondem aos valores originais da época de Albrecht ?
Vc fala em Soma de Bases ser 4,2, porém K+Ca+Mg totaliza somente 3,72. E a diferença ? Seria o que ? Sódio ?
Entende o problema ?
No Brasil o Potássio é expresso em outra unidade porque eles consideram um “nutriente” e não uma base.
Também, criaram unidades exdrúxulas que mais atrapalham do que ajudam.
Na minha opinião são um bando de masturbadores para não dizer outra coisa.
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Obrigado Dr Vinagre, entendo o problema sim. O restante da soma de bases que está faltando é o Na (0,43 cmol). Sim no caso queria aumentar a % de Ca na ctc uma vez que ela está em aproximadamente 39,6 %, aonde pretendo trabalhar em torno de 50 a 65 % da ctc. Por isso lhe perguntei se nessa questão poderia está usando o calcário. Nesse caso então não poderia está usando o calcário né?
Obrigado pela ajuda.
Conheci o seu blog hoje, e já estou lendo quase todos os artigos publicados pelo senhor. Obrigado por compartilhar esse grande conhecimento.
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Se esses números que vc está me apresentando estiverem corretos e, portanto, realmente vc tiver, então, CTC de 5.2 e
Ca na CTC = 36.5 %
Mg na CTC = 19.23 %
e Potássio em 0,82 e na CTC = 15,76%
Então o Potássio é que está sendo o problema. Correto ?
Nesse caso ao usar Cálcio reativo tipo Calcário de Conchas CYSY ou Lithothamnium
ou até mesmo Calcário Calcítico Calcinado, pelo fato do Cálcio SER MENOS ALCALINO
DO QUE O POTÁSSIO, o pH ira abaixar ao invés de subir e o Cálcio irá expulsar o K para
fora do perfil.
No ano que vem terá que analisar novamente porque além do Potássio também vai sair Magnésio.
Não existe outro remédio a não ser usar Enxofre Elementar para acidificar o solo e formar Sulfato e com
isso limpar parte desse Potássio para fora do perfil.
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Obrigado mais uma vez.
Estava realmente pensando em usar o calcário calcítico, uma vez que a tonelada custa 50 reais na minha região, sobre o enxofre elementar não sei se encontaria ele aqui, juntamente com o calcário de conchas.
Realmente o maior problema na Ctc é o potássio, está bastante desequilibrado, e como o senhor mencionou, tenho que diminuir a concentração do mesmo na solução do solo. A pergunta é, qual a quantidade de calcário a se jogar aonde nesta área, uma vez que as formulas do brasil, está relacionada com um V2 a 60 a 70 %?. Fico perdido nessa quantidade de calcário a jogar por hectare para tentar expulsar esse potássio e aumentar os níveis de cálcio na Ctc.
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O Enxofre é essencial.
A Microquimica tem um produto que não é 100% S mas que contém enxofre e pode ser usado.
No seu caso eu também não disponho de nenhuma formula já que o Método Albrecht leva em conta
a faixa da CTC, o tipo de calcário, a sua granulometria, composição, etc….
Mas se a granulometria for boa ( bem fino) pode usar uns 500 kg por hectare sem problemas.
Veja isso não é uma recomendação porque eu não vi nenhuma analise desse seu solo e nem costumo
fazer recomendação por esse blog porque esse não é o objetivo desse blog e se eu fizesse recomendações
a vc eu teria que obrigatoriamente aos outros milhares de leitores do blog.
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Obrigado Dr.
Fico grato pela sua ajuda.
Continue divulgando esse seu conhecimento para nós.
O senhor poderia disponibilizar sua apostila para aprimorar meus conhecimentos sobre o assunto? Se sim, meu email é renanthiago_tn@hotmail.com
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Obrigado
Vamos enviar
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Olá, Sr. José. Poderia me enviar sua apostila (andrei.rzardin@gmail.com). Ler seu blog foi de um impacto tremendo, li assuntos que jamais tinha ouvido falar e outros que já conhecia mas achava esquisito, mas o mais importante foi que aqui pude ordenar tudo que já estudei sobre Agronomia de modo que tudo faça algum sentido. Foi como ler Olavo, ou seja, ver alguém demonstrar tudo aquilo que vc no fundo sabia que tinha algo errado, em especial sobre essa fertilidade baseada só na química onde Liebig é um deus. Forte abraço.
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Boa Noite
Será enviada sem dúvida.
Abraços
José Luiz
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Boa tarde! Gostaria de receber a apostila sobre o excelente método de Albrecht. Meu e-mail andresaagro@outlook.com. Ficaria muito grata caso vc pudesse me enviar.
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Boa Noite,
Eu não tenho nenhuma apostila sobre o método Albrecht.
O que eu tenho é uma apostila sobre Agricultura Biológica.
Nessa apostila existe apenas um artigo sobre o Equilíbrio de Bases que sim
fala sobre o Método Albrecht.
Mas esse mesmo artigo pode ser obtido aqui nesse blog.
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Excelente artigo! Professor, algumas considerações da parte do Sr. para que com Albrecht tenha redefinido o cálcio para 85% no final de sua vida?
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No que me diz respeito, e eu fiz o curso básico e o intermediário com o Neal Kinsey, eu jamais ouvi falar nessa redefinição.
Neal Kinsey foi aluno direto do Prof Albrecht. Ele jamais mencionou esse fato, mesmo porque não faz nenhum sentido você ter o Cálcio a 85% da Saturação de Bases. Porque com 85% de Cálcio não sobraria “espaço” para as outras bases, i.e. 15% de Magnésio, 5 a 7% de Potássio, até 1,5% de Sódio além de, é claro, pelo menos uns 15% de Hidrogênio para garantir a solubilidade dessas mesmas bases.
Portanto, alguém deve ter inventado essa versão. Ela não procede.
Agora 85% de saturação pode ser, deixando 15% para o Hidrogênio. Uma certa acidez é necessária. Não digo aquela visão romântica da Agroecologia de que “solo tropical” ( simplesmente não existe tal coisa) precisa ter quase a metade da Saturação preenchida com H+, mas 15% seria necessário.
Espero que tenha respondido a sua pergunta.
Attn
José Luiz
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Muito obrigado pela resposta professor, a cada texto que leio fico mais impressionado com tamanho conhecimento e discernimento dos assuntos abordados.
O assunto é por que eu acompanho um agrônomo estadunidense que bate nessa tecla com grande ênfase e por muito tempo. Ele é um grande estudioso de Albrecht e afirma que a definição para Cálcio no fim de sua vida, teria como ‘ideal’ 85%. Pedi para que me enviasse algum material para averiguação e estou no aguardo. A resposta dele para mim:
“I can send you a very good book.
Tell your friend that the best produce in the world comes from italy, france etc. with 90 to 95% Ca
Always do trials
Kinsey grew corn.”
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Qual é o nome dessa besta quadrada ? Pra mim ele é um retardado mental.
Eu conheço a maioria dos agrônomos que estudaram Albrecht porque comecei em 1999.
Pra começar nem agrônomo ele deve ser pois se fosse saberia que não se pode ter nenhum
solo com 90 a 95% da saturação . E as demais bases ? E o Hidrogênio ?
Que Italy o escambau. Lá hoje tem é muita poluição e muita COVID.
Me poupem.
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Tell your friend to get fucked.
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hahaha calma professor!
Ele me mandou um livro uma e dois artigos de Tiedjens e uma página de um outro livro pare lhe enviar!
O Sr. teria algum email disponível para contato?
Ele é Agrônomo sim!
Pode ser que eu que tenha entendido errado ou alguma intepretação mal feita, ou simplesmente ele está errado mesmo.
De qualquer forma, gostaria de elucidar essa questão para ele!
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Me manda esse material para que eu dê uma olhada e diga quem está equivocado.
drvinagrephd@gmail.com
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Enviado!
Do livro: Soil Fertility and Animal Health (1958)
Capítulo 5
….
Experimental studies of growing crops by using carefully
controlled clays for nourishing them have shown that the legumes
must have that clay’s exchange capacity saturated highly (75-85%)
by calcium to have them grow by fixing their own nitrogen from the
atmosphere.
…
Capítulo 6 – Magnésio e outros elementos de fertilidade negligenciados
…
However, in order to grow the more
nutritious plants, the calcium must represent 75-85, magnesium 10,
and potassium but 3-5 percent of the saturation capacity of the soil’s
colloidal complex.
…
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Caro Nilton,
Para mim torna-se time consuming ficar respondendo por aqui.
Gostaria de poder gravar um audio porque são muitos detalhes e muita informação.
De fato, o livro é do Prof Albrecht e ele fala naquelas proporções que, se somadas, chegam até 100%,
o que, a luz da ciência, não faz nenhum sentido vez que o solo precisa ter uma determinada acidez para que
certas reações ocorram.
Isso contraria tudo o que ele mesmo falou a vida toda e também as ultimas informações científicas
que temos sobre o Magnésio trazidas a luz por seu mais brilhante aluno, o consultor Neal Kinsey, na
Acres USA Conference de 2018, de que “não importa qual seja o nível de magnésio do solo ele não irá
se refletir no nível de Magnésio na seiva da planta”.
Por isso é que, hoje em dia nós recomendamos sempre a pulverização com Sulfato de Magnésio via foliar.
O magnésio é necessário no solo, mais para a sua estruturação do que propriamente para nutrir a
planta já que seu nível no solo não irá determinar o seu nível na folha.
Essa proporção mencionada ai nesse capitulo contraria inclusive os seus cálculos para equilíbrio das bases
vez que ele preconizava um calculo para CTC de 3 a 8, outro tipo de calculo para CTC de 8 a 12 e ainda outro para
CTC acima de 12.
Hoje sabemos que quaisquer proporções de Ca, Mg e K , em CTC abaixo de 3 não servem para absolutamente nada.
Por essas e outras, é que hoje em dia na Agricultura Biológica , William Albrecht é visto como um pioneiro
e um visionário que acreditava que as plantas deveriam servir para nutrir pessoas e animais, e é respeitado
justamente por isso.
Ninguém mais em sã consciência, leva realmente “ao pé da letra” as suas recomendações e seus cálculos,
como na sua época razão pela qual eu não mais recomendo usar seus números ao pé da letra, mesmo porque
não temos no Brasil laboratório de solos que trabalhe com o mesmo extrator que ele utilizava para fazer
as suas recomendações.
Quando você diz 85% de Cálcio o que isso significa ? Qual foi o extrator utilizado para se obter esse número ?
As analises do Kinsey Ag e do Perry Ag Labs que usam o método original do Albrecht para analise de solos
quando comparadas com as analises brasileiras de qualquer laboratório exibem uma discrepância muito grande.
Por exemplo, um número de 65% de Cálcio do Kinsey é igual a 45% de Cálcio de uma analise do IBRA.
Usam métodos de analise diferentes. Eu já tive oportunidade de observar esse fato inúmeras vezes.
Da ultime vez em que fizemos isso foi com 36 amostras de solo paranaense com CTC que variava de 3 a 4
e a diferença era dessa ordem de magnitude. Não só nos níveis de Cálcio mas também Potássio e Magnésio
Então, para inicio de conversa, isso é quase que um “papo de bêbado” ficar falando apenas em % sem se
referir ao tipo de analise usada, me entende ?
Muito provavelmente esses “85% ” citados nesse capitulo representem uns 65% apenas na nossa analise.
A minha recomendação seria não tentar jamais usar os números do Albrecht com os resultados de laboratórios
brasileiros ( e nem holandeses ou de qq outro país )
Os outros dois materiais vou ler assim que puder e tiver tempo.
Sempre pude observar as proporções recomendadas pelo Albrecht em diversas ocasiões.
Até mesmo nas famosas Terra-Preta-de-Índio em trabalho da EMBRAPA. 65% de Ca, 15% de Mg e 5 de K.
Outra coisa que achei estranho nesse capitulo foi Albrecht ter usado o termo de FIGHTING para se referir
ao fornecimento de minerais ao solo sendo que ele sempre foi o maior critico dessa expressão usada pelo
status quo acadêmico-científico da época. Na verdade nós não lutamos contra a acidez. Nós tentamos suprir
o solo com os minerais necessários. Simplesmente esse texto parece até ter sido falsificado e foi escrito bem próximo
sua morte que se deu no início da década de 60. Muito estranho.
Attn
Jose Luiz
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Dr Vinagre,
Me chamo Ivo, sou do Vale do São Francisco, trabalho justamente com Uva, cultura essa que ficou nas exceções da Tabela abaixo! No caso da Uva oque muda? Vi em algumas fontes que o K seria 7%, mas aqui no Vale, se usam muito relações Ca:Mg de 2 a 3:1, e K em torno de 5% mesmo, fica a minha duvida, de quais as saturações ideias pra a tal cultura, se puder ajudar serei muito grato!
Tabela 1. Porcentagens da C.T.C. conforme propostas pelo Prof. Albrecht
Cálcio 60 a 65%
Mg 10 a 20%
K 3 a 5% *
Hidrogênio 15%
Outros 5%
* Exceção – Uva, Abacaxi, Banana e Florestais
Obrigado
Ivo Lopes da Cunha
Eng Agrônomo!!
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Boa Tarde
As exceções são todas culturas perenes ( ou semi perenes como abacaxi) e nesse caso o numero a ser
observado seria o de 7% da Saturação de Bases.
De que “outras fontes ” você fala sendo que aqui no Brasil ninguém estudou Albrecht ?
Mas volto a frisar que esses números não foram criados para serem usados com os resultados de
analise brasileiras que usam outros extratores do que os usados por Albrecht.
Eu tenho frisado isso inúmeras vezes e o pessoal parece que não entende ou não quer entender.
Também, se a sua CTC for de 3 a 4 ( 30 a 40 na unidade nova ) , tudo isso cai por terra e pelo que me consta
o solo ai do Vale do S.F. é muito arenoso e nesse caso o método Albrecht não se aplicaria para
inicio de conversa. Esquece tudo que foi dito. O método Albrecht não se aplica a solos arenosos com CTC
ao redor de 4 ou 3 de CTC.
Com relação a extratores é a mesma diferença que existe entre a Unidade Britânica ( polegada) e o
sistema métrico que usa o centímetro. Cada unidade tem o seu significado próprio.
Os resultados americanos são sempre superiores ao resultados brasileiros, ou seja, um 65% de lá
pode muito bem ser um 45% daqui, dai a impropriedade de se usar esses números usando os resultados
brasileiros. Se tentar corrigir o solo usando as proporções de Albrecht mas usando resultados brasileiros
você fatalmente irá estar colocando muito Cálcio, o mesmo para Magnésio e Potássio.
Deu para entender.
Abraços
Jose Luiz
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Olá José. Estou tendo dificuldades pra implementar o método de Albrecht que o sr. demonstrou.
Sou produtor orgânico e a única fonte de potássio permitida pela minha certificadora é o KMag que contém potássio (21% de K20), enxofre (21% de S) e magnésio (10% de Mg).
Pra poder fazer o aporte da quantidade de k2O para o cultivo da banana o magnésio aportado juntamente pelo KMag já ultrapasse em 10 vezes a quantidade que o solo necessita.
O que fazer um casso desses?
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Bom Dia,
Nesse caso, e em primeiro lugar, é rezar para que o tempo voe e esse tipo de certificação atrasada, bitolada, obtusa,
imbecil, despreparada e desmiolada acabe de uma vez por todas e todo mundo passe a dar preferências aos produtos
oriundos da Agricultura Biológica Regenerativa. Felizmente, isso é apenas uma questão de tempo, mais nada.
Você poderia nominar a certificadora para que nós possamos execra-la publicamente ?
A sua certificadora é burra e obtusa. Existem várias outras fontes de Potássio permitidas.
Exemplos :
1. K-FORTE – Verde Agri Tech. Possui certificação.
2. PotaSil – Yoorin Fertilizantes – Possui certificação.
3. Ekosil – Possui certificação. Não recomendado devido ao elevado teor de Sódio.
4. Pós de Rocha ricos em Potássio.
5. Fontes naturais ricas em potássio, como borra de café, etc…
Plante girassol para reciclar o Potássio,
Outro conselho : Não leve o Método Albrecht ao pé da letra principalmente porque vc estará,
provavelmente, usando laboratórios nacionais que não dão os mesmos resultados dos laboratórios
americanos. Os números aqui tendem a ser mais deprimidos te dando a impressão de que vc precisa
de mais insumos, quando na verdade não precisa.
Se vc cultiva banana existem outras preocupações que precisa ter como
por exemplo ficar de olho no calcário calcitico que pode as vezes indisponibilizar o Manganês
tão importante para a bananeira.
Attn
Jose Luiz
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Olá,
Verifiquei que tem um laboratório no Brasil (Laborsolo – http://www.laborsolo.com.br) que diz fazer a análise química conforme metodologia utilizada no Método de Albrecht.
O senhor saberia nos dizer se isso procede?
Em caso de não haver aqui um laboratório de confiança para as analises, como nos orienta a fazer essas analises conforme a metodologia para usar o Método de Albrecht?
Grato,
Bruno
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Boa Tarde
O laboratório LABORSOLO conhece o Método Albrecht mesmo porque eu dei consultoria
pra eles em 2000 e expliquei do que se tratava. Então, eles tem um conhecimento básico do método.
Entretanto, à época eu havia feito somente o primeiro curso dado pelo Neal Kinsey. Para se conhecer esse sistema à fundo é preciso fazer o segundo curso ( Intermediário ) e o terceiro curso ( Avançado ) aonde então são ensinados como calcular
as quantidades de cada insumo dependendo de seu teor de Ca, Mg e K bem como da sua granulometria,
e para as três classes básicas de solo, ou seja arenoso, médio e argiloso, os quais são determinados não
por analises físicas, mas sim pela analise da CTC.
A menos que eles tenham conseguido duplicar o mesmo extrator usado a época de Albrecht e ainda usado
pelo Kinsey Ag Lab e pelo Perry Ag Lab, os números obtidos não podem ser considerados.
E mesmo que tenham conseguido fazer isso, ainda resta a questão dos cálculos para se fazer uma boa
recomendação.
Mas brasileiro via de regra é sempre um pouco atrasado. Hoje em dia, no meio Eco Agrícola americano
existe o entendimento de que embora o Método Albrecht tenha sido um avanço sobre o sistema obtuso de
se “combater a acidez do solo “, ele não diz tudo porque não leva em consideração o fator biológico.
“A Biologia suplanta a Química a cada fração de segundo ”
Hoje em dia o Sistema Albrecht perdeu bastante a sua importância . Mas ainda segue sendo um bom começo.
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