Agricultura Biodinâmica como um prenúncio de uma Nova Agricultura Científica

21 comentários sobre “Agricultura Biodinâmica como um prenúncio de uma Nova Agricultura Científica”

  1. Muito interessante a publicação.
    Professor, poderia explicar um pouco mais a respeito da relação entre os adubos solúveis e o mato? Existe publicações falando mais a respeito disso?

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    1. A Natureza é um livro aberto. Basta você e olhar e ver. Mas é preciso ver. Não é suficiente apenas olhar.
      Sinceramente, eu fico boquiaberto hoje em dia quando as pessoas preferem acreditar mais “em publicações a respeito disso ”
      do que nos seus próprios olhos. Ouve uma total inversão de valores.
      O que está escrito vale mais do que os seus olhos estão a lhe mostrar.
      Por acaso você nunca reparou em uma bosta de vaca no pasto ? O que aquilo está a lhe dizer ou a lhe demonstrar ?
      Qual o motivo do capim naquela pequena area ser mais viçoso ? E por que as vacas evitam comê-lo ?
      Pense a respeito disso e se ainda tiver algum tipo de dúvida me fale porque terei imenso prazer em lhe explicar.

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    2. Por outro lado quando você me pede “existem publicações falando mais a respeito disso “, como eu deveria interpretar
      essa sua pergunta ?
      Que simplesmente vc não acredita suficientemente no que o autor do artigo disse e quer que eu lhe forneça algum tipo
      adicional de informação porque o artigo não foi suficiente para convencê-lo disso.
      Eu concordo com o que o autor disse. Você não ?
      Se não, então cabe a você procurar evidências em contrário ao que foi dito e não a mim fornece-las..

      Attn

      José Luiz

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      1. Eu pedi alguma publicação como referencia, para que o senhor não tenha o trabalho de explicar tudo aqui. Com alguma direção eu mesmo posso pesquisar e lhe poupo o trabalho de faze-lo. Acredito que o senhor deva ser uma pessoa bastante ocupada. Foi nesse sentido a minha pergunta.
        Por mais que nossos olhos percebam os sinais a nossa volta, existem explicações para esses eventos. Acompanho o blog pela capacidade que o senhor tem de explicar conteúdos complexo em textos leves e bastante didáticos. Admiro muito isso.
        Minha pergunta foi sob mais detalhes da relação entre adubos solúveis e o mato.

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      2. Boa Noite

        Veja bem Flávio, o meu blog veicula conhecimento que não são emanados pelas academias.
        Uma das razões desse blog existir é exatamente porque achamos que a academia não tem feito um bom trabalho com relação a agricultura.
        E se eles não tem feito um bom trabalho, uma das principais razões, é porque ainda acreditam em fertilizantes solúveis.
        Veja bem, a academia ainda não leva em consideração o silício até hoje.
        A academia não está nem ai se você deixa o solo descoberto. Se você usa herbicidas para controlar o mato. Se você usa fungicidas para controlar fungos, as custas da eliminação dos fungos de solo que é a fração mais importante para a fertilidade.
        Quando você se refere a fertilizantes solúveis no caso você está se referindo basicamente a nitrogênio solúvel na forma de
        nitratos e ao potássio solúvel.
        A academia não se interessa por esse tipo de coisa. Pra eles tanto faz. Portanto, nenhum acadêmico irá escrever sobre isso e muito menos pesquisar sobre isso porque nenhuma agência financiadora de projetos de pesquisa vai se interessar por esse assunto e muito menos financiar qualquer pesquisa sobre o assunto.
        Então, diante disso como é que eu posso lhe recomendar alguma publicação acadêmica ?
        O conhecimento que existe sobre esse assunto está espalhado por toda a literatura sobre a Agricultura Biológica que está listada em um artigo que escrevi listando toda as publicações que existem nessa area.
        Existe dentro da Agricultura Biológica um consenso ( Kinsey, Andersen, Wheler, Jon Frank, John Kempf, Rabenberg, Lovel, Graeme Sait e outros) de que saturações de base acima dos 7% com Potássio teria tanta influência sobre o crescimento de mato ( gramíneas ) que até os herbicidas teriam dificuldade em controla-los. Por outro lado é sabido que excesso de nitratos também favorecem o crescimento de gramíneas, bem como reduzem a disponibilidade do silício solúvel, consequentemente enfraquecendo as plantas.
        É sabido, e o Hugh Lovel descreve bem sobre isso nesse capitulo. que os nitratos contribuem para eliminar o silício solúvel do perfil do solo, dando origem a plantas viçosas, porém moles e fracas. Isso acontece tanto com o mato quanto com as plantas cultivadas.
        Na próxima vez que você for visitar uma lavoura pegue uma folha e esfregue-a entre os seus dedos polegar, indicador e dedo médio, para sentir a textura. Se a textura for de “papel fino” tipo higiênico então ela com certeza está deficiente em silício e na maioria das vezes, e muito provavelmente, por excesso de nitratos.
        Quem nunca viu um pé de Amaranto ( Carurú aqui em Minas e São Paulo) que cresce ao lado de uma pilha de esterco ? É grande, bonito e viçoso mas as suas folhas são moles e não atraem a atenção dos animais herbívoros.
        Na minha opinião devemos fazer tudo para que o nível de nitratos seja o mínimo possível para evitar a atração de insetos para as plantas. O potássio deve ser mantido de 3 a 5% para as plantas anuais e 5 a 7% para perenes e florestais.
        O ideal para as plantas, por todo o processo evolutivo que passaram, ao longo de milhões de anos, é que o nitrogênio seja fornecido primordialmente na forma de N-amino ácidos, presentes na matéria orgânica mas principalmente no protoplasma bacteriano e fúngico, bem como em proteínas deixadas para trás pelos fungos micorrízicos após terem cumprido a sua missão, mas principalmente pelo estoque de humus criado pela própria rede alimentícia do solo. Outras formas de vida também produzem amônia como os protozoários. Os nitratos devem ser, de preferência, a minoria das forma de N disponíveis as plantas. Graeme Sait, por exemplo, defende a proporção de 3 : 1 entre N-Amoniacal e N-Nitrato.

        Espero ter esclarecido a maioria das suas dúvidas.

        Um grande abraço

        José Luiz

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  2. Muito interessante a publicação.
    Professor, poderia explicar um pouco mais a respeito da relação entre os adubos solúveis e o mato? Existe publicações falando mais a respeito disso?

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  3. Obrigado pela atenção Professor. Foi esclarecedor sim. O senhor tem feito um grande trabalhos através do blog. Vou pesquisar mais sobre os autores mencionados ( Kinsey, Andersen, Wheler, Jon Frank, John Kempf, Rabenberg, Lovel, Graeme Sait e outros). Me interessa muito o tema.
    Grande abraço.

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    1. Oi Roberto,

      Agradeço em nome do Hugh Lovel.
      Eu agora resolvi reproduzir ( traduzir e publicar ) todos os textos que consigam expressar aquilo que eu
      realmente acredito que aconteça na nossa realidade agrícola.
      Esse texto também faz parte do meu esforço pessoal para trazer esse autor para o Brasil para que possamos
      conhecê-lo melhor e de perto.
      Na minha opinião um dos maiores conhecedores, e por isso mesmo, desmistificadores da Agricultura Biodinâmica.
      Ele tem o dom de fazer a gente gostar da Biodinâmica exatamente por apresentá-la de forma direta e objetiva.

      Um grande abraço

      José Luiz

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  4. Boa noite, Dr. Vinagre
    É sempre um grande prazer ler os seus textos, que nos faz ver o mundo de uma forma bem diferente do que nos mostram cotidianamente.
    “O conhecimento é libertador” e a “A ignorância nos aprisiona”, a costumes, a conceitos pré determinados que nos são incutidos desde sempre em nossa “edução cientifica”.
    Falo por mim, mas talvez seja o sentimento do Roberto, que se manisfestou acima, de um certo “analfabetismo” que nos dá a sensação de que tudo tem de ser reaprendido, que devemos nos resignar e estudar, daí a importância de fontes confiáveis e mentores como o senhor.
    Como já conversamos em outra oportunidade, a literatura em língua portuguesa e espanhola é pífia, o que restringe o acesso a quem não domina a língua inglesa.
    Quanto as plantas exuberantes que se desenvolvem em manchas de fertilidade ocasionadas pelo esterco e urina dos animais, sempre vi isto como um objetivo a ser alcançado e que a rejeição temporária seria devido a eventuais odores das dejeções.
    Quando se refere a “plantas moles e fracas”, poderíamos avaliar esta condição, também, através do seu brix?
    Grande abraço e siga nos iluminando.

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    1. Caro Athos,

      Agradeço imensamente pelas suas palavras de reconhecimento e de incentivo.
      Se eu consigo levar até vocês algum conhecimento que lhes seja útil na sua vida pessoal ou
      até profissional, então eu creio que o objetivo principal desse blog do Instituto esteja sendo
      cumprido.

      Voltando a questão dos nitratos se acumularem em tecido vegetal, isso é um fato. Muitas vezes
      não nos damos conta disso mas, de fato, acontece.
      Podemos facilmente avaliar isso via aferição da concentração de açucares na planta pelo refratômetro.
      O Brix vai mostrar realmente o que está acontecendo.

      Você comentou que sempre enxergou essa situação como sendo normal e um objetivo a ser alcançado
      mais isso é decorrente da forma como fomos educados e “deformados”, e não formados.
      Veja, por exemplo, se o programa oficial do govêrno denominado “Balde Cheio” não objetiva a mesma coisa.
      É uréia, em cima de uréia, em cima de uréia. Por ai você tem uma idéia da falta de imaginação desse pessoal.

      Seria muito mais inteligente, barato e produtivo sem aplicassem essa mesma uréia junto com acido humico
      para diminuir a perda, pela complexação que ocorre, e incluir doses homeopáticas de Molibdênio para melhorar
      a conversão dos nitratos em proteínas. As vacas iriam adorar, melhorar a nutrição e o meio ambiente iria agradecer.

      Eu só tenho pena mesmo é do meio ambiente porque quanto ao nosso trabalho eu sei que está garantido porque
      enquanto a academia estiver pensando desse jeito eu tenho certeza que nós estamos certos e eles errados e,
      portanto, o nosso emprego está garantido.

      Abraços

      José Luiz

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      1. Qual implemento seria mais indicado para preparo de solo para cana de açúcar orgânica ?
        Muito obrigada por tantos esclarecimentos.

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      2. Não existe uma resposta pronta e padrão para essa sua pergunta.
        Só para vc ter uma idéia, mesmo esse implemento tem diferença em função da textura do solo.
        Solos arenosos menos HP no trator e um tipo de implemento. Solo argiloso exige outro
        tipo de implemento e mais HP do trator.
        Portanto, não tem como responder. Além do mais esse implemento seria mais usado para
        o cultivo e não para o preparo de solo.
        Na minha forma de ver, sendo a cana uma planta que vai permanecer no solo por vários anos,
        o preparo de solo pode ser da forma que quiser porque vc não irá mexer mais no terreno por alguns anos.
        A FALC me mandou um catalogo com todos os tipos de implementos tipo Spade.
        Eles não tem representante no Brasil. Teria que cotar direto com eles e fazer sua própria importação.

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  5. Olá. Sou doutoranda do Instituto Biológico. Estou fazendo testes com o melaço para bactérias biofertilizadoras microaerofilicas. E pelo que li da Dra Elaine Inghan o melaço não deveria ser usado com Compost tea porque ele só ajudaria no crescimento de bactérias anaeróbicas patogênicas. Você pode me passar algumas informações e referências que dão importância do melaço para bactérias biofertilizadoras microaerofilicas?

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    1. Prezada,

      Conheci a Dra Elaine Ingham em 2002 quando ela ainda estava tentando se estabelecer como profissional
      após ter sido expelida da Universidade americana, onde lecionava, por ter orientado uma tese de Doutoramento, na qual chegaram a conclusões a equivocadas e alarmistas, e que a obrigou (e pouca gente sabe disso, pelo visto até você )
      a fazer uma retratação pública . A Universidade exigiu essa retratação pública e esse foi o documento que usaram
      para embasar o seu pedido de expulsão, Ela foi “expelled”. Period. Para um acadêmico isso é o pior que poderia acontecer.
      Depois disso tentou ser professora adjunta ( ou convidada ) em diversas “Universidades” menores e aparentemente conseguiu , à época na Nova Zelândia.
      Portanto, a Dra Ingham, foi um das poucas pessoas a terem declarado publicamente o seguinte : “O que eu falo não se escreve”. Ponto.
      Diante disso, procurarei esclarecer a sua dúvida.

      A Dra Elaine Ingham teve um papel fundamental e importante no estabelecimento no desenvolvimento da técnica conhecida por “Compost Tea “, e portanto serei a ela eternamente grato. Influenciou muito a minha forma de pensar.
      Me ensinou muitas outras coisas que foram importantes no desenvolvimento da minha forma atual de pensar
      O seu conhecimento é inquestionável e a sua dedicação a causa da produção de alimentos não- tóxicos de ser sempre lembrada.

      Entretanto, desde 2002, quando eu a conheci, até os dias de hoje, ela tem mudado a sua opinião por diversas vezes.
      Um outro aspecto, e que me chamou a atenção em toda a trajetória profissional da Dra. Ingham, foi o seu posicionamento
      maniqueista, quando se trata de anaeróbico X aeróbico.

      Veja , e a Dra. Elaine talvez nem saiba disso, a Natureza não é tão simples assim para você sair por ai rotulando as coisas
      em aeróbico x anaeróbico. Mesmo porque existem graus de anaerobiose. Existem anaeróbicos facultativos assim como existem aeróbicos facultativos. Toda essa questão não é assim tão simples. No solo, por exemplo, você tem todos os graus de anaerobiose, mas a Dra Elaine não sabe disso porque ela não agrônoma . Ela é, e continuará sendo sempre uma Microbiologista de Laboratório. Ponto.

      Ela , quando começou recomendava claramente , e isso está escrito tanto no seu curso
      Pre Conference Intensive Study
      ECO AG UNIVERSITY ’02
      Elaine Ingham, PhD
      Improving Soil & Foliar Foodwebs
      December , 2002

      Como em seu

      THE FIELD GUIDE
      for Activelly Aerated Compost Tea ( AACT )
      by Dr. Elaine Ingham

      Agora quando ela efetivamente mudou de idéia eu realmente não sei. Eu mesmo me surpreendi quando voltai a ACRES USA depois de alguns anos é a vi de forma maniqueista dizendo que melaço era ruim. Tente convercer os microrganismos disso porque o melaço é uma ótima fonte de carbono.

      Para encurtar a nossa conversa, se vc ainda acredita em Compost Tea, então você tem um problema mental igual ao
      da Dra Elaine, e infelizmente eu não tenho conhecimentos para te ajudar nessa área ( Psicologia ) somente no que se refere a Agronomia.

      A melhor tecnologia, já demonstrada na prática e em milhares de hectares, seriam tanto as bactérias anaeróbicas facultativas como as presentes no E.M. como o chamado Extrato de Composto.

      Quando você elege , por algum motivo, um determinado meio de cultura, quer seja por que você acredita serem os melhores ingredientes ou por qualquer outro motivo, e submete um determinado composto a uma determinada agitação e aeração previamente escolhidas, você irá , depois de um determinado tempo, privilegiar somente algumas poucas espécies em detrimento de outras e esse é o principal engano quando se trata de Compost Tea, e para o qual a Elaine nunca se atentou.

      Qual é a sua dúvida ?

      Você está preocupada com a opinião da Elaine ou com os organismos que está cultivando ? Pergunte a eles diretamente e não a mim ou a Elaine !
      Use o melaço em concentrações crescentes e veja a crescimento !
      O que os seus dados estão a demonstrar ? Que diferença isso irá fazer para uma bactéria que nem me conheçe ou nem conhece a Elaine ? Resposta : NENHUMA DIFERENÇA !
      Se quiser ser uma pesquisadora de fato esqueça os livros e observe a Natureza. Se os dois não concordarem , jogue os livros fora !!! Dr William A. Albrecht, PhD.
      Esse sim fez a diferença.

      Se quiser saber mais sobre a Elaine me contacte em 011 97364.1716 WhatsApp pois não tenho coragem de publicar por aqui. A ética não me permite.

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