Como vocês já sabem, foram o Professor de Solos, Dr. William A Albrecht e Carey Reams, o criador dos conceitos da Biological Ionization, ou simplesmente “Doc”, como era conhecido, quem primeiro chamaram a atenção dos agricultores para o fato de que o Cálcio era o rei dos elementos do solo.
Albrecht de imediato entendeu a importância desse elemento não só para a fertilidade do solo na proporção de 55 a 65% da Saturação das Bases Trocáveis do solo, bem como para a nutrição de determinados grupos de organismos do solo como os Rhyzobium e Bradyrhyzobium, como também para que as argilas se “floculassem” , isto é, se mantivessem sempre dispersas e com isso permitissem que outros dois importantes fatores para a produção agrícola, o ar e a água, pudessem melhor ter acesso as raízes das plantas bem como a todas as comunidades de microrganismos do solo ( 10 ).
Ambos preconizavam uma ampla relação Cálcio : Magnésio para que houvesse um bom funcionamento do solo. Essa relação, quando muito estreita, torna o solo muito pegajoso, dificulta a entrada do ar e da agua além de aumentar a demanda do nitrogênio ( Atenção produtores de milho !! )
Entretanto, foi Carey Reams quem primeiro verdadeiramente entendeu o papel que cada um dos elementos desempenha no tocante a sua importância para a produção vegetal, no que diz respeito a sua contribuição energética no processo de produção de energia que a planta dispõe e recebe a partir do solo.
Nesse ponto falar-mos em energia não deveria ser mais surpresa para ninguém pois não existe nenhum outro organismo na face da Terra mais dependente de energia do que as plantas, a começar pela energia luminosa que emana do sol, ou seja os fótons, responsável por 95% de toda a matéria produzida pelas plantas.
Foi Reams também, quem primeiro evidenciou a importância de termos um equilíbrio entre essas duas forças energéticas que provem diretamente dos minerais solo, isto é, Vegetação e Reprodução, e também nos deu meios para que possamos usa-las a nosso favor, e é nesse contexto que eu gostaria de dedicar essas palavras, que talvez sejam as primeiras na lingua portuguesa, sobre esse importante assunto agrícola, isto é, o papel dos elementos minerais no solo não somente quanto a sua importância constitucional na planta, mas também, e principalmente, quanto ao seu aspecto energético em termos de favorecer a reprodução ou a vegetação afetando diretamente a fisiologia da planta dentro do conceito da Ionização Biológica tão pouco conhecido no Brasil e quem sabe também nos países de língua portuguesa ( 2 ).
Como vou estar falando sobre algo que a academia desconhece, ou seja, sobre o uso dos minerais do solo sob o seu ponto de vista energético e sobre a sua capacidade de influenciar as plantas para a vegetação ou para a reprodução, já sei que automaticamente membros dessa instituição medieval poderão se manifestar desfavoravelmente as minhas idéias, quase sempre de forma ditatorial como sempre fazem, tentando impor as pessoas a chamada Ditadura do Conhecimento, o que antes de ser um desestímulo ao meu trabalho, muito pelo contrário, considerarei um elogio posto que nos últimos 179 anos, grande parte dessas mesmas pessoas tem contribuído bastante para a salinização dos solos, a poluição dos aquíferos, rios e lagos, degradação ambiental generalizada e destruição da biodivesidade do solo o que, de certa forma, os desautoriza a fazerem críticas a quem quer que seja.
Acontece que o Cálcio é o principal elemento energético de crescimento para as plantas existente no solo ( 1,2,3,5,6,7,8)
Todas as plantas vão precisar de uma combinação dos dois tipos de energia, reprodutiva e vegetativa, mas essa proporção de uma ou da outra irá variar em função do estagio fisiológico da planta e também entre uma e outra cultura.
Na maioria dos solos o Cálcio disponível está sempre aquém da sua verdadeira necessidade uma vez que esse elemento é prontamente lixiviável e sem a fração humica do solo, propiciada pelos fungos de solo, principalmente as micorrizas, ele dificilmente irá se manter ou se acumular.
E sem o Cálcio, todos os demais elementos não poderão ser aproveitados em toda a sua plenitude, e isso não tem nada a ver com o pH, como a academia na sua forma tosca e míope de percepção da realidade costuma afirmar e a prova disso é que o pH poderá ser aumentado com Potássio, Magnésio e até com o Sódio, mas em nenhum desses casos teremos esse efeito de melhoria no aproveitamento dos demais nutrientes proporcionados pelo Cálcio. Então, conclui-se que essa melhoria no aproveitamento dos demais elementos é devida a presença do Cálcio por si próprio e não devido ao aumento do pH. É simplesmente o mesmo aspecto visto sob um ponto de vista diferente, motivo do meu artigo anterior. O outro lado da mesma moeda.
Reams tinha outro critério para determinar a quantidade desse e dos demais elementos no solo. Ele usava o método La Motte de analises de solo, que existe até hoje (http://www.lamotte.com/en/soil), para a determinação do cálcio disponível no solo. Ele usava, e seus seguidores ainda utilizam até hoje, o chamado Morgan Test original ( 1 ).
Como Jon Frank observou muito bem, os minerais no solo em termos de sua importância numérica e quantitativa para as plantas, podem ser classificados na sua necessidade em kgs por hectare, em :
- Micronutrientes – Unidades
- Nitrogênio e Enxofre – Dezenas
- Fósforo, Magnésio e Potássio – Centenas
- Cálcio e Carbono – Milhares
Esse fenômeno da falta de Cálcio é universal e decorre do próprio entendimento errôneo da sua importância aliado ao fato dele ser facilmente lixiviado para o sub solo. Em locais de elevada pluviosidade (como aconteceu nesse ano em várias regiões do Brasil ) esse fato somente é exacerbado ainda mais. Pela quantidade de analises de solo que eu já tive a oportunidade de observar até hoje, eu posso afirmar que o Cálcio é, de longe, o elemento mais necessitado na maioria das lavouras.
Com relação ao Fósforo, que poderá até ter níveis baixos em função da fixação que ocorreu em razão as vezes do próprio Cálcio mas também do Ferro, Alumínio, etc…, esse P poderá ser disponibilizado a qualquer momento via microbiologia do solo, enquanto que no caso do Cálcio ele é mesmo perdido ao se lixiviar para o subsolo.
Para sorte nossa algumas lavouras, como a soja, não precisam dele tanto quanto as demais, porque a Soja é uma planta altamente reprodutiva. A partir do momento que a planta gerou suas vagens o que ela mais precisa é de um solo com energia reprodutiva ( niveis mais baixos de Cálcio e mais elevados de Fósforo). Nesse estágio uma pulverização com uma mensagem fortemente reprodutiva para a planta, com Fósforo, Manganês e Amônio, pode fazer uma grande diferença na produção a um custo baixíssimo.
Se formos usar os dados de Reams e de seus seguidores, como o International Agricultural Labs, a quantidade de Cálcio disponível deveria ser de 3.000 kgs de Cálcio por hectare, quando analisado e medido pelo extrator conhecido como Morgan Test original, sendo que algumas culturas, como a soja, necessitariam de menos Cálcio.
Frank, deixa claro que o Cálcio é necessário pelos seguintes motivos:
- A Relação Cálcio : Magnésio ( 7: 1 pelo método Reams e 4 a 5 : 1 pelo método Albrecht) estreita torna o solo pegajoso e impermeável ao ar e a agua. Nessas condições de relação Ca:Mg estreita, o Nitrogênio não é bem aproveitado e a sua demanda aumenta e , na minha opinião, essa é uma das razões desse elemento ( N ) ser usado acima da sua necessidade.
- É necessário para a adequada absorção dos Micronutrientes.
- O Cálcio determina o volume da produção, mais que qualquer outro elemento.
- É necessário para a robustez e a integridade da parede celular tornando as plantas mais resistentes as pragas e doenças.
- Cálcio é necessário para toda a biologia do solo e quando ele está em níveis baixos as plantas tem ainda mais dificuldade de obte-lo por ter que competir com os microorganismos pela sua aquisição. Essa é, na minha opinião, uma das razões de observar-mos as deficiências de Cálcio nas plantas com maior frequência durante o verão, devido a solubilidade do cálcio ser menor em temperaturas elevadas (contrariando todos os demais minerais) e por sofrer a concorrência dos microrganismos do solo, que em temperaturas elevadas se multiplicam e se desenvolvem mais e melhor.
E eu acrescentaria ainda mais um forte argumento para o uso adequado do Cálcio. São os níveis de Cálcio e Fósforo na planta que, pelo fato de propiciarem a absorção dos demais elementos, irão conferir a planta a necessária energia para a produção de açucares, que irão conferir um Brix mais elevado e com isso tornar a planta mais produtiva, mais resistente a doenças e pragas e com melhor sabor e qualidade.
Como fontes de Cálcio temos os seguintes insumos:
- Carbonato de Cálcio – Calcário Calcítico
- Nitrato de Cálcio
- Sulfato de Cálcio – Gesso
- Fosfato de Cálcio – Fosfato Natural
- Silicato de Cálcio –
- Lithothamnium – Esqueleto de Alga Calcária
Quais dessas fontes seria a melhor ? Na verdade todas elas são boas e todas tem o seu devido lugar, mas uma delas, o Carbonato de Cálcio, se destaca sobre as demais por uma razão muito simples.
Doc Reams nos deixou uma regra que é básica e fundamental para o entendimento da fisiologia dos vegetais :
“ As plantas não vivem dos minerais, mas da energia associada aqueles minerais”
Quando o solo tem pouco Cálcio DISPONÍVEL nós acrescentamos Cálcio para que ?
Para corrigir o pH ?
Jamais. Essa é a visão distorcida da academia. Outros cátions poderão fazer isso ( Mg, K e Na ) sem contudo resolver o problema da falta de Cálcio.
Para fornecer Cálcio ao solo e as plantas ?
Também não. Nós acrescentamos o Cálcio ao solo para supri-lo com a Energia do Crescimento.
E o que torna o Carbonato de Cálcio superior as demais fontes de Cálcio ?
Esse ponto precisa ser bem explicado e decorre da química dessa substância. O Carbonato de Cálcio é na verdade CaCO3 . No solo essa molécula será atacada pelos microrganismos e pelos ácidos secretados pelas raízes e será degradada a CO2 e CaO.
O CO2 vai ser aproveitado pelos próprios microrganismos de solo e parte dele escapará para a atmosfera onde será capturado pelos estômatos das plantas que se localizam preferencialmente na parte abaxial ( parte de baixo) da folha. Uma pequena parte desse CO2 irá ter a atmosfera sim, mas nada em níveis que possam interferir com o efeito estufa, como já ví ícones dessa nova Agricultura Sustentável (pasmem) afirmarem. Mesmo porque esse mesmo CO2 que escapa para a atmosfera será novamente aproveitado pelas próprias plantas que terão melhores capacidades vegetativas e portanto de fotossintetizar melhor, demandando mais CO2. Mais uma vez, não só a academia, mas também os “alternativos” se esquecem de observar os dois lados de uma mesma moeda.
Pois bem, o CaO é Óxido de Cálcio ou Cal e essa é uma das substâncias de maior poder de Energia de Crescimento que se conhece, segundo Reams ( 1, 2, 3 ).
Um outro engano bastante conhecido que é muito comum entre os agrônomos, técnicos agrícolas, consultores e agricultores é o de que :
“Se o pH é alto e você precisa de Cálcio use o gêsso agrícola (Sulfato de Cálcio) e se o pH for baixo use Calcário ( geralmente dolomitico ou seja CaCO3 + MgCO3 )”.
Quem faz esse tipo de afirmação está errado justamente porque as plantas e solos precisam ser gerenciadas pela manipulação da energia que elas precisam e não por causa de pH e níveis de nutrientes.
Reams resumiu esse assunto em poucas palavras quanto afirmou que:
O Crescimento Vegetal é todo sobre energia.
É preciso sempre levar-se em conta que o gesso não vai manter a quantidade de cálcio disponível e que ele fornece uma energia reprodutiva.
Mas então qual é o valor do Gesso ?
O gesso é uma excelente ferramenta e desempenha um papel importante no solo. Nada se compara ao gesso quando você quer aerar o solo, corrigir ambientes anaeróbicos no solo, fornecer Enxofre ( na forma de Sulfatos ) ou lixiviar ( lavar ) alguns sais em excesso como por exemplo o Potássio. O gesso pode ainda intensificar o efeito do Calcário Calcitico mas tenha sempre em mente que o limite recomendado por Reams de no máximo 500 kgs/ha/ano não deve nunca ser ultrapassado.
E a razão disso seria para não acrescentar muita energia reprodutiva ao mesmo tempo ao solo.
Frank, por exemplo, recomenda que para cada 30 unidades de Carbonato de Cálcio, uma unidade de gesso seja adicionada porque acredita que, embora o gesso seja composto predominantemente de energia reprodutiva, ele ajuda o solo a mudar para o modo vegetativo se usado em conjunto com o Carbonato de Cálcio ( Calcário Calcítico) pelo seguinte motivo :
O Carbonato de Cálcio ( Calcário Calcitico ) é um “pacote” que contém ambas as energias, isto é o Cálcio joga o solo para o lado vegetativo mas o Carbono para o lado reprodutivo, e o Oxigênio vai para os dois lados dependendo da predominância. Quando os microrganismos encontram o calcário e começam a digeri-lo, o Carbono é liberado e pode ser usado tanto pelas raízes ou ir para a atmosfera como CO2. Nesse momento o Cálcio que permanece no solo é um poderoso promotor do crescimento e é aí que o Gesso entra em ação. Se uma pequena quantidade de gesso é usada junto com o Calcario Calcitico, o Sulfato estimula a biologia do solo e ajuda a dissipar o CO2 mais rápido. O efeito final é um calcario de ação mais rápida.
Jon Frank estima que a mistura de 80% de Calcário Calcítico com 20% de Gesso Agrícola seria o ideal.
Finalizando, eu gostaria de dizer a todos os agricultores convencionais ou alternativos que eu não estou nem um pouco preocupado com o chamado Efeito Estufa e nem com a contribuição do CO2 originário do solo, pelos seguintes motivos:
- O aumento do CO2 atmosférico passa a ser mais uma oportunidade para que esses mesmos agricultores o capturem e com isso aumentem as suas produções. Maiores níveis de CO2 atmosférico favorecem maiores produções.
- O CO2 é mais pesado do que o ar e por isso tem a tendência a se acumular no solo durante a noite, mas assim que os primeiros raios de sol atingem as folhas, as plantas iniciam o seu maravilhoso processo de produção de açucares e nesse exato momento todo o CO2 acumulado no solo é praticamente “sugado” pelas plantas e inicia-se o processo de exudação radicular que alimenta a micro vida do solo e que mais adiante irá formar o necessário humus que irá fixar de forma quase que definitiva esse mesmo CO2 no solo.
- Mais fotossintese, maior produção de açucares e com isso melhores condições para a microvida do solo. Quanto mais vida no solo, maior a produção de humus.
E todo esse processo começa com a adequada remineralização do solo que inclui todos os minerais e até os chamados “ Pós de Rocha “, mas dentre todos eles o Cálcio é o mais importante.
A captura de carbono pelo solo é governada pela remineralização na qual o Cálcio é o Rei.
José Luiz M Garcia
Instituto de Agricultura Biológica
Março de 2019
Referências
- Frank, Jon (2019) Introduction to Biological Agriculture, International Ag Labs, http://www.aglabs.com
- Beddoe, A.F.(1998) Biological Ionization as applied to Farming and Soil Management, Principles and Techniques, S & J Unlimited, Oroville, WA, 205 pgs., ISBN 1-881201-00-7
- Beddoe, A.F. (1992) Nourishment Home Grown, S & J Unlimited, Oroville, WA, 299 pgs.
- Skow, D. & C. Walters (1995) Mainline Farming for Century 21, Acres USA, Metairie, Louisiana, 206 pgs.
- Zimmer, Gary (2017) The Biological Farmer, Acres USA, Austin, Texas, 2nd. Edition, 518 pgs.
- Andersen, Arden (1989) The Anatomy of Life & Energy in Agriculture, Acres USA, Kansas City, Missouri, 115 pgs.
- Andersen, Arden (2000) Science in Agriculture, Acres USA, Austin, Texas, 376 pgs.
- Sait, Graeme (2003) Nutrition Rules, Soil Therapy Pty Ltd, Yandina, Qld, Australia, 308 pgs.
- Wheeler, P.A & R.B. Ward (1998) The Non-Toxic Farming Handbook, Acres USA, Metairie, Louisiana, 238 pgs.
- Albrecht, W.A (2011) Albrecht on Calcium, Acres USA, Austin, Texas, 289 pgs.
Poderia explicar melhor como quantificar o Cálcio a ser aplicado, uma vez que mesmo não sendo a melhor opção ainda é a acidez e a saturação de bases que nos dá um norte?
Será que a vida no solo daria uma noção mais precisa do que realmente acontece na química desse solo?
Ao estudar análises de solos, nota-se que para manter o pH não ácido as aplicações de calcário precisam ser frequentes é como um ciclo previsível, por outro lado esse ciclo me parece curto porque só focamos na parte química não trabalhando a biologia e a física do solo. Acha esse raciocínio correto?
A energia vegetativa e reprodutiva é quantificável?
A mim cabem perguntas, muitos profissionais são vendedores de insumos e convencidos com tabelas e fórmulas, não estou tão convencida desses métodos, a começar pelas análises de solo cada vez menos profundas em função de um plantio direto de monoculturas visando produtividade.
Obrigada por compartilhar contrapontos.
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Boa Noite,
Estive em Santa Maria em Outubro passado dando um curso na sua região, mas eu creio que eu o divulguei esse
curso aqui no blog.
1. Como quantificar o Cálcio a ser aplicado ?
Depende de qual método vc deseja usar.
Existe o método oficial que é um método totalmente imbecil porque somente leva em consideração
o pH.
O pH só vai te dar uma única idéia que é a quantidade de ions H+ de um solo.
Nós estamos interessados é no outro lado da moeda, isto é o que compõe esse solo que não seja
H+, ou seja, Ca++, Mg++, K+ e Na+.
Esse método vc já conhece mas mesmo assim o ego das pessoas encarregadas por essas análises “oficiais”,
fazem com que tenhamos algumas formulas diferentes. Bem como os valores vão diferir entre os laboratórios
porque diferentes extratores serão usados no RS, São Paulo, PR, Nordeste, etc… influenciando os resultados.
Ou seja, não é uma ciência exata. Não é nem mesmo uma “ciência” no meu modo de ver.
Existe o método Albrecht, que só funciona se o extrator for Acetato de Amônia da mesma forma que ele fazia e que hoje
os laboratórios do Perry Ag Labs e do Kinsey Ag ainda usam. Se não for uma analise deles não adianta querer usar as
mesmas proporções.
E existe o método Reams que usa o método La Motte para analise de solos que usa o extrator Morgan original.
Ou seja qualquer método de analise de solo começa com o extrator. Se os extratores forem diferentes você não
pode comparar um dado de um laboratório com o outro de outro laboratório.
Para quantificar o cálcio a ser usado vc terá que fazer no sistema Reams vc terá que fazer a analise de solo no
International Ag Labs, ou no Soil Woks Lcc.
Você não pode querer usar os números citados no artigo usando uma analise brasileira em hipótese alguma.
Discordo de vc: a acidez não quer dizer absolutamente nada. Como eu disse somente a concentração de H+.
Ela apenas exibe um lado da moeda. O que nós estamos interessados
e no outro lado da moeda, isto é, na Saturação de Bases. Um valor é antítese do outro. Ou seja, a acidez é apenas
um reflexo da falta dessas bases. Será que isso é tão difícil de ser entendido ?
Esquece pH. Foca somente na saturação de bases e trabalha em cima de manter as proporções que o Albrecht preconizava
mesmo usando outro tipo de análise de solos.
A vida do solo sim é um bom indicador de como está a mineralização desse solo. E essa vida é responsável por tantas coisas
que acontecem nesse solo, mas o seu efeito em termos de disponibilização ainda não é quantificável.
Eu uso o microBIOMETER mas esse teste apenas te da uma idéia da micro vida do solo e não diz mais nada.
Sim, é preciso aumentar os teores de M.O. do solo para ver a coisa mudar. Isso irá refletir também, além da proporção
entre Cálcio e Magnésio , na física do solo.
Por “manter o pH não acido “vc quer dizer manter o pH na faixa de 5.5 a 6.5 ?
Sim as aplicações terão que ser anuais mas em quantidades bem menores.
Outra coisa que vc precisa levar em conta é o tipo do Cálcio, a sua textura e a sua granulometria.
Ai no Sul vcs tem um material maravilhoso que é o Calcário de Conchas da CYSY em Sta Catarina.
Excelente textura e granulometria além de ter elevado teor de Cálcio.
Energia Vegetativa X Reprodutiva ser quantificável ?
Indiretamente sim. Se vc saber quais os minerais tem reação reprodutiva e quais tem reação vegetativa
e tiver uma idéia desses mesmos nutrientes no solo dá pra saber.
Também pode medir a Condutividade Elétrica desse solo com um determinador Hanna de haste especialmente feito
para essa finalidade. Esses testes de C.E. feitos em laboratório não tem valor algum.
Agora eu vou te dizer uma coisa que eu digo aos meus alunos e talvez isso lhe choque profundamente. E isso é:
“Um solo “ideal” ou perfeito não é garantia nenhuma de produzir boas colheitas”. E você pode colocar o meu nome
ao lado dessa frase.
A nossa profissão é uma das mais difíceis que existem no mundo. Nós precisamos dominar outras técnicas e eu
tento ao máximo transmiti-las aos meus alunos nos cursos que eu ministro por esse Brasil afora.
Em 5 e 6 de Abril, em Campo Grande , MS mas esse já está esgotado desde Fevereiro.
Abs
José Luiz
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Obrigada sempre um prazer ver seu entusiasmo com o conhecimento dessa área ainda pouco conhecida e diria descuidada.
“Um solo “ideal” ou perfeito não é garantia nenhuma de produzir boas colheitas“. José Luiz. (Não resisti).
Boas colheitas dependem de tantos fatores a água e luz, por exemplo, mas aí é assunto para outra conversa.
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Para variar um pouco, uma excelente aula. Agradecido pelo compartilhamento de seu precioso conhecimento.
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Oi Roberto,
Agradeço as suas palavras de incentivo.
Felizmente existem pessoas como você que eventualmente irão fazer as necessárias mudanças dentro da academia que a resgatarão desse longo pesadelo iniciado quanto a epistemologia do conhecimento determinou que seria mais importante o pensar do que o sentir ou propriamente o saber inerente aos povos não industrializados como os romanos onde viam o sagrado em qualquer coisa mesmos nas inanimadas como as rochas.
Descartes infelizmente mudou as coisas com a famosa frase “Penso, logo existo” e hoje somos reféns desse modelo.
Com esse artigo a minha intenção foi exatamente mudar o foco para determinadas pessoas que foram além da academia e conseguiam simplesmente “ver”.
Por isso, Carey Reams frequentemente dizia “Veja o que você está olhando”, realmente expressando uma verdade, a de que existe uma diferença fundamental entre “olhar”e “ver”.
Continue sempre com essa disposição de olhar tudo mas se possível conseguindo ver a realidade subjacente ou por trás de tudo o que existe.
Attn
Jose Luiz
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Sinto, logo existo?
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Exatamente.
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Essa postagem me fez lembrar do Ormus. O senhor conhece?
Algumas pessoal estão usando na agricultura e dizem ter resultados espetaculares.
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OI Flavio,
Eu conhece o ORMUS ou ORMES sim. Fazem mais de 20 anos que tomei conhecimento sobre a existência deles.
Mas o conceito de Carey Reams não contempla os Ormus não. É um approach totalmente diferente.
Ns EUA temos alguns produtos que contém Ormus muito bons como o SEA 90 e o SEA CROP ( Obs: Não é o mesmo
Sea Crop vendido no Brasil que contem apenas Extrato de Ascophyllum nodosum ).
Eu estou atualmente trabalhando em cima de um produto que no futuro eu espero estar disponível e que conterá
Ormus na sua composição.
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Dr José Luiz, é realmente um privilégio poder ter contato com esse conhecimento por seus textos, infelizmente muito poucos fazem esse trabalho como faz, esperamos que surjam mais.
Sobre as análises, creio que dificilmente teremos acesso às usadas por Reams e Albrecht aqui no Brasil, no seu comentário acima você deu algumas alternativas, ótimo. Queria saber sua opinião sobre sap analisys. Tenho visto o trabalho do Nova Crop e do Health Crop Labs, assim como escuto sempre nos webinars no John Kempf sobre o quão interessante a análise de seiva é para determinar a real absorção de nutrientes e a conversão na planta, coisa que a análise química do solo passa longe, e a análise de folha, como tecido, parece não ser muito confiável nesse sentido. Pesquisei e perguntei bastante e não cheguei a encontrar um lab trabalhando com isso no Brasil. Você acha que chega aqui, claro que depende um pouco de nós, ou vai ficar pra nossos amigos “desenvolvidos” como os antes citados?
E aproveito pra perguntar se tem algum curso marcado pra esse ano, espero poder estar presente em algum.
Abraços!
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Boa Tarde,
Eu creio que não demora muito e vamos ver a Nova Crop aqui no Brasil talvez entrando pela Holambra já que são holandeses.
Quando esse laboratório estiver presente aqui no Brasil você e outros profissionais poderão realmente dar um “salto quântico” e começar a
ver todas as interações que existem os diferentes minerais tanto no solo quanto e principalmente na folha.
Não se trata apenas de níveis absolutos, mas sim de níveis relativos entre os diferentes minerais no tecido vegetal.
Eu até achava que ia vê-los esse ano na HortiTech mas infelizmente não vi.
Enquanto eles não vem para o Brasil vamos nos virando com Refratômetro, Medidor de pH, Nitratos, Cálcio, Magnésio e Potássio da Horiba com a linha Acquamin que já estão aqui no Brasil.
A analise de folha é totalmente não confiável porque elementos como o Ferro, por exemplo, são absorvidos até mesmo na sua forma
oxidada ( ferrugem) e vão aparecer nos resultados de analise foliar sem contudo estarem disponíveis para a sua utilização pelas
plantas. O mesmo se dá com as analises de solo porque não sabemos de aquele determinado micro nutrientes estaria na sua forma
oxidada ou reduzida.
Enquanto isso, a Embrapa, que foi criada para ajudar o produtor, está mais interessada em escrever trabalhos ditos “científicos” as vezes com até 20 autores para engrossar curriculos e com isso aumentar os seus salários pagos pelos próprios produtores, e posar de sabichões “cientistas” dizendo o que vale e o que não vale, o que pode e o que não pode. Temos que nos livrar dessa gente definitivamente. Isso é Ditadura Científica.
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Com relação a cursos eu estou vendo essa possibilidade com a Aprosoja do MT.
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Interessante. Não sei se estou correto, mas mesmo nos EUA e por aí não temos muitos labs trabalhando com o método? Foi patenteado? Parece que foi registrado em 2002, nesse caso teríamos que esperar mais um tempo, temo que a difusão pelo Brasil ficaria prejudicada se a tecnologia estivesse nas mãos de uma única empresa.
Sobre a nossa academia, imagino a resistência, já existente, quando os paradigmas forem por água abaixo…
Abraços
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Interessante. Não sei se estou correto, mas mesmo nos EUA e por aí não temos muitos labs trabalhando com o método? Foi patenteado? Parece que foi registrado em 2002, nesse caso teríamos que esperar mais um tempo, temo que a difusão pelo Brasil ficaria prejudicada se a tecnologia estivesse nas mãos de uma única empresa.
Sobre a nossa academia, imagino a resistência, já existente, quando os paradigmas forem por água abaixo…
Abraços!
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É por isso que as vezes até me dá vontade de montar um laboratório mas não desejo mais essa prisão para mim e nem para ninguém.
Eu mandei todo o procedimento de Haney Test para avaliação da matéria orgânica do solo para dois laboratórios e até
agora nada.
A Agronomia deverá mudar totalmente nos próximos 20 anos que é o tempo necessário para que a maioria desses dinossauros
morram e que as suas idéias velhas e ultrapassadas sejam definitivamente esquecidas.
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Em algum momento iria te perguntar sobre o Haney test também. O que mais me deixa intrigado é que, pelo menos nos EUA, os maiores expoentes da agricultura, nem que seja a biológica, quase sempre tocam no assunto: sap analisys e Haney test. E ainda assim, quase não se vê, ou não se vê nenhum movimento pra trazer essas tecnologias para cá. Não sei se é desinteresse, incompreensão, não saber falar inglês. Da academia eu não espero mesmo.
Com essa urgente necessidade não consigo evitar pensar na possibilidade de um laboratório. Me pergunto por que considera uma prisão..
Outra coisa: onde acho sua apostila? Procurei na internet e não a encontrei.
Abraços.
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Caro Rodrigo,
Me mande o seu e mail que lhe mandarei a apostila. Só por curiosidade outro dia eu fui a um evento no qual estavam
vendendo copias dessa apostila a R$ 50,00. Mas estou disponibilizando via internet gratuitamente.
Eu vivi parte da minha vida dentro de um laboratório. Acho que já dei a minha contribuição. Eu agora quero estudar a
Natureza e sem dúvida ela não está dento de laboratório algum. Eu de agora em diante quero ficar dentro de algumas
matas e florestas o maior numero de vezes possíveis. A resposta para os nossos problemas está toda lá dentro.
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rodrigopaesbarroso@gmail.com
Com certeza não está em laboratório algum.
Abraços!
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Olá Dr. José Luiz,
Poderia me enviar uma cópia de sua apostila?
Desde já agradeço!
Vitor.acmilagres@gmail.com
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Existe um laboratório Maringa que utiliza essa método há 20 anos. Labersolo.
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Ver e sentir a Natureza.
Certamente muitas respostas estão lá.
Agradeço se o Sr. puder me enviar a apostila também.
ialexius@yahoo.com.br
Obrigada!
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Será enviada.
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Boa Noite. Poderia me enviar a apostila também.
“Jon Frank estima que a mistura de 80% de Calcário Calcítico com 20% de Gesso Agrícola seria o ideal”
Sempre de acordo com a necessidade do solo né?
Me pergunto, porque no Brasil ainda fazemos as coisas todas erradas, se existe a coisa certa a se fazer?
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Estude a nossa história e descobrirá o porque.
Ser colonizado por Portugal não ajuda muito.
Mas até o Dom Pedro II as coisas estavam indo bem, depois degringolaram.
Essa proporção de 20% de Gesso / 80% de Calcário era o que falavam até mesmo nas Universidades
quando começou o uso do Gesso aqui no Brasil. Não chega a ser nenhuma novidade. Depois foi que mudou.
No caso das analises pelo método Albrecht e os demais métodos fica claro que todos os outros métodos
subestimam as quantidades dos diferentes minerais e fazem você gastar mais dinheiro para corrigir os
diversos teores e que não é um problema exclusivo nosso. Antes fosse.
Até na Alemanha o Kinsey teve o prazer de demonstrar que o Albrecht estava certo.
O problema é exatamente os próprios profissionais dessa área e a mania do governo de legislar sobre essa questão.
Eu acabei de comparar 13 resultados feitos com a mesma amostra.
Eles só concordavam no teor de Matéria Orgânica, CTC e no Enxofre. Nos outros teores, os do Método Albrecht estavam mais
altos, exceto o Ferro que o método da Embrapa, que utiliza Mehlich, subestima a quantidade desse elemento pela metade.
A grosso modo, pode-se dizer que os métodos Embrapa e IAC usados pelo IBRA, por exemplo, subestimam
o Cálcio em 35%, Magnésio 26% e Potássio em 20% comparados ao Perry Ag Labs e Kinsey Ag Labs ( Método Albrecht).
Já o Boro no IBRA difere em 115% para mais, o Ferro em 115% a menos, Manganês no Brasil é a metade, Cobre menos 71%,
e Zinco menos 53%.
Loucura Total.
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Parabéns pelo blog professor! é esse seu belo trabalho divulgando informações que não são ensinadas na academia que irá formar novos agrônomos, pesquisadores e produtores propagadores da agricultura biológica no Brasil!!!
Peço encarecidamente que me envie a sua apostila, prosseguir nos estudos dessa “novo” modo de pensar a agricultura é extremamente empolgante e revigorante!!!
gabriel-rural@hotmail.com
Obrigado e vida próspera aos seus ensinamentos!!
Abraços!
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Agradeço
Será enviada
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Boa noite, venho aproveitando muito as informações contidas nos artigos, agradeço muito pela oportunidade. Trabalho com restauração florestal em grande escala e venho estudando de forma ampla, e sem viés ideológico, questões relacionadas à agricultura (seja convencional, biológica, sintrópica etc.) e solos (química, física e principalmente biologia) no intuito de entender e adquirir princípios que possam ser aplicados na recuperação de ecossistemas degradados, onde geralmente o solo é pouco ou nada considerado como uma variável nas atividades de plantio. Nesse sentido, como complementação, eu adoraria ter acesso à sua apostila, caso ainda seja possível o compartilhamento (meu e-mail: cardoso.bio@gmail.com). De qualquer maneira, fica meu agradecimento pois estou lendo os artigos mês a mês de forma muito proveitosa. Abs.
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Boa Noite
Já estou providenciando a remessa.
Lembrando apenas que ela foi escrita há quase duas décadas atras.
Entretanto, a maioria dos assuntos ainda continuam atuais.
JL
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Bom dia. Sou Eng. Agrônomo e trabalho muito com a eletroquímica do solo, acredito pelo que li que o Dr. tem a mesma linha técnica de pensamento que os meus. Sou empresário e gostaria de poder falar com o Sr. pois vi que faz palestras. Fico no aguardo. Abraços.
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Boa Tarde
Estou lhe enviando o meu e mail e telefone diretamente.
Abs
Jose Luiz
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