Da leitura da Biblia podemos observar que Deus, no terceiro dia de Criação, determinou “Cubra-se a terra de vegetação: plantas que deem sementes e árvores cujos frutos produzam sementes de acordo com as suas espécies” (Genesis 1: 11)
E no quinto dia, desejou que, “Sejam férteis e multipliquem-se! Encham as águas dos mares! E multipliquem-se as aves na terra” (Genesis 1: 22)
Sua obra criadora continuou quando disse, “Produza a terra seres vivos segundo a sua espécie: animais domésticos, répteis e animais selvagens, segundo a sua espécie. E assim se fez.” (Genesis 1:24)
Para aqueles menos inclinados a questões religiosas e mais evolucionistas podemos substituir essas passagens bíblicas por alguns bilhões de anos de evolução, mas, ainda assim, fica claro que todos os seres vivos que existem atualmente são frutos de bilhões de anos de evolução e que os mais antigos seriam justamente os mais diminutos ou sejam as bactérias.
O aparecimento das bactérias antecedeu toda e qualquer outra forma de vida nesse nosso planeta.
Está mais do que claro, portanto, que todos os seres vivos e existentes nesse planeta, no que diz respeito ao seu genoma, são patrimônios da humanidade. Deus quis assim e a Natureza também o quis.
Entretanto, essa não é a visão das empresas multinacionais e supra governamentais que dominam, no mundo todo, a produção de alimentos, que foi o sustentáculo de toda a humanidade por milhares de anos e denominada de Agricultura e hoje, porém, simplesmente rebaixada a simples e mera condição de Agronegócio.
Não é novidade para ninguém que essas empresas sequestraram todo o sistema de produção de alimentos que transformou a nossa civilização em uma estrutura obesogênica, que hoje exibe pessoas “extrusadas” alimentadas à base de milho e soja transgênicos, direta ou indiretamente, criadas pelos seus “jockeys genéticos” enganosamente e ardilosamente chamados de “cientistas” ( 4 ). Também não deve ser mais novidade para ninguém o grau de incerteza que envolve esses processos de transgenias tão incertos que requerem repetições de milhares de vezes para que determinado gene consiga se expressar adequadamente, o que levou Michael Pollan, após ter visitado um laboratório de “Engenharia” Genética, a escrever : “ Eu fiquei chocado pelo grau de incerteza que envolve esse processo e de como essa tecnologia, ainda que tão sofisticada, seja um tiro na escuridão genética”, no seu livro The Botany of Desire ( 5 ).
A volúpia gananciosa dessas empresas é incomensurável. Da mesma forma que controlam a academia, principalmente em países com sua ciência sucateada e desprestigiada, como é o caso do Brasil, as agencias reguladoras dos governos e a mídia venal, querem agora controlar, também, a vida dos agricultores ao os obrigarem a comprar organismos de aplicação comprovada na agricultura como é o caso dos Bacillus, Pseudomonas, Azospirillum, Azotobacter, Rhizobium, etc… única e exclusivamente deles, não permitindo que agentes biológicos criados por Deus, ou pela evolução de bilhões de anos, sejam multiplicados nas fazendas, sítios e propriedades agrícolas.
Para atingir os seus objetivos escusos não hesitam em contratar “gargantas de aluguel” como pudemos observar em um recente evento no qual uma desconhecida agrônoma foi contratada para simplesmente espalhar o terror entre os agricultores, muitas vezes ingênuos, por meio de matéria paga publicada em uma dessas revistas do Agronegócio, de quinta categoria, na qual tenta convencer os agricultores de um alegado e eventual “perigo” no preparo dessas multiplicações de organismos benéficos, a nível de fazenda.
O argumento terrorista é sempre o mesmo. Aventa-se para a possibilidade de contaminações e danos a saúde humana, configurando, então, uma meia verdade que já foi dito ser a pior de todas as mentiras. De fato, a meia verdade é a pior de todas as mentiras. Essa tática é muito usada pelas empresas junto com a Fobiocracia (governo do medo e pelo medo) para alcançar controle das pessoas.
O risco teoricamente e remotamente existe, mas é o mesmo risco que envolve a preparação dos alimentos de maneira desleixada e imprópria em todos os lares, restaurantes e fabricas de alimentos. É o mesmo risco que envolve a preparação de um composto aeróbico, a preparação dos chamados bio-fertilizantes, de um Compost Tea Aerado em uma fazenda ou de um produto fermentado qualquer, quer seja uma cerveja, um yogurt ou até mesmo um chucrute na sua casa ou no seu restaurante. Nada mais e nada menos além desse teórico e remoto perigo em potencial.
Estatisticamente, esse risco seria inferior ao risco de se morrer por uma bala perdida vivendo em cidades conflagradas pela guerra ao tráfico como é o caso da ex-cidade maravilhosa, ou Rio de Janeiro e infinitamente menor do que morrer de violência no Brasil onde 60 mil pessoas perdem as vidas todos os anos por incompetência, desmandos, corrupção e deformação cultural dos políticos que nos governam.
O uso de padrões de qualidade como arma de controle de mercados, bem como do terrorismo pseudo-científico é uma manobra muito antiga e amplamente denunciada por autores como James Bovard em seu livro The Farm Fiasco ( 11 ). Nada de novo.
Agora, coloquem essa mesma garganta de aluguel por trás de uma Associação, que entre seus associados estão algumas empresas como a Monsanto, com a sua reputação amplamente conhecida de influenciar, corromper (2, 6) e até mesmo de delinquir ( 1, 3 , 5, 6 ), várias vezes já processada e condenada (8, 9, 10), e que exibe no seu curriculum substancias tão reconhecidamente tóxicas e cancerígenas como DDT, Dioxinas, PCBs, Agente Laranja (2,4-D), Glifosato, e aí teremos a figura criminosa conhecida por formação de quadrilha ( 7 ).
Querem, esses delinquentes, ser os únicos detentores do direito de vender organismos biológicos benéficos tal e qual um gigolô ou cáften microbiológico, e o que é pior, reservam para si também o direito exclusivo de os multiplicarem.
Estamos, portanto, diante do primeiro caso conhecido de Cafetinagem Microbiológica de que se tem notícia, em toda a história da humanidade.
É preciso que todos os agricultores progressistas repudiem veementemente esse tipo de iniciativa criminosa, fascista e ditatorial. Essa imposição da vontade de umas poucas empresas sobre toda a população já foi amplamente abordada por outros autores (11) e constitui-se realmente em uma medida ditatorial.
É necessário sim reconhecer e remunerar os serviços dessas empresas no que diz respeito ao seu trabalho, esforço e recursos financeiros investidos na prospecção de organismos eficientes, seu isolamento e a sua concomitante multiplicação para que sejam vendidos e possam ser aplicados, re-multiplicados ou não, com a finalidade de resolverem problemas fitossanitários contribuindo dessa forma para a redução do uso de agrotóxicos o que é de interesse geral.
Porém, tentar impedir os agricultores de executar o que a Natureza faz a bilhões de anos usando como subterfugio o uso das meias verdades, é um comportamento no mínimo reprovável.
Pelas razões expostas acima é que todo e qualquer agricultor deve ter assegurado o seu direito sagrado a multiplicação de quaisquer microrganismos benéficos as plantas e aos animais, contribuindo dessa maneira para a criação de um meio ambiente menos hostil a vida nesse planeta.
José Luiz M Garcia
Instituto de Agricultura Biológica
Setembro de 2017
Referências
- Druker, Steven M. (2015) Altered Gene, Twisted Truth – How the Venture of Genetically Engineer Our Food Has Subverted Science, Corrupted Government and Systematically Deceived the Public, Clear River Press, Salt Lake City, UT, 511 pgs.
- Nestle, Marion (2002) Food Politics, University of California Press, Berkeley, Los Angeles, London, 457 pgs.
- Robin, Marie-Monique (2008) The World According to Monsanto – Pollution, Corruption and the Control of our Food Supply, The New Press, New York, N.Y., 372 pgs.
- Manning, Richard (2004) AGAINST THE GRAIN – How Agriculture has Hijacked Civilization, North Point Press, New York, N.Y. , 232 pgs
- Kimbrell, Andrew (2002) The Fatal Harvest – The Tragedy of Industrial Agriculture , Island Press, Washington, Covelo, London, 369 pgs.
- Smith, Jeffrey M. (2003) SEEDS OF DECEPTION – Exposing Industry and Government Lies About the Safety of the Genetically Engineered Foods You’re Eating, Yes Books, Fairfields, Iowa, 288 pgs.
- Quadrilha (Crime) – https://pt.wikipedia.org/wiki/Quadrilha_(crime)
- Rede Brasil Atual (2012). Justiça condena Monsanto por dizer que transgênico demanda menos agrotóxico, http://www.redebrasilatual.com.br/ambiente/2012/08/justica-federal-condena-monsanto-por-propaganda-enganosa
- Monsanto found guilty of International Bribery (2017) https://www.organicconsumers.org/newsletter/organic-bytes-48-food-and-consumer-news-tidbits-edge/monsanto-found-guilty-international
- Reuters (2015) . French Court confirms Monsanto liable in chemical poisoning case, https://www.reuters.com/article/us-france-monsanto-court/french-court-confirms-monsanto-liable-in-chemical-poisoning-case-idUSKCN0RA1UM20150911
- Bovard, James (1989) THE FARM FIASCO – How Federal Agricultural Policy squanders billions of dollars a year, sacrifices the poor to the rich, and gives congressman and bureocrats vast arbitrary power over American citizens , ICS Press, San Francisco, CA, 356 pgs.
Todo agricultor tem o direito de capturar e multiplicar microrganismos em sua propriedade, desde que o faça com tecnicas adequadas e respeito ao meio ambiente!
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Perfeitamente.
Eu sempre destaco o cuidado que pessoas normalmente imuno deprimidas ( idosos, portadores de HIV, Cirróticos, etc…) devam ter na preparação de multiplicados de bactérias mesmo sendo benéficas.
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Dr Vinagre, parabéns pelo texto e pelo alerta. Continue assim, lúcido, com o raciocínio crítico e independente. Aos poucos, se consegue despertar algumas almas! Apoio cem por cento do que o Sr disse.
Obrigado
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Obrigado.
São incentivos como esse que fazem com que eu continue na minha missão esclarecedora sobre vários aspectos obscuros da chamada “ciência” agrícola.
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Sr. José Luiz M Garcia, meu nome é Alexandre. Sou produtor de soja. Na última safra, comecei com o processo biológico, usando sementes Intacta.
Na próxima safra usarei sementes convencional com manejo biológico.
Nosso Senhor Jesus Cristo nos fala, “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e à riqueza”, por meio do Evangelho de São Mateus 6, 24.
O segundo mandamento fala: “Não tomar seu santo nome em vão.”
Conheci pessoas amantes do diabo, ou seja, do dinheiro, que ficaram doidos ou suicidaram. Quem serve ao demônio, terá um fim terrível! Lula, Temer, Dilma… e seus discípulos passarão logo, pois, após a tempestade virá a bonança (Tobias 3, 21-22).
Deus nos criou! Nos deu o livre arbítrio. Ele nos fez livres, para seguílo ou não.
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Desculpe pelo atrazo em responder esse comentário.
Sim, eu concordo plenamente com o que disse.
Siga adiante pois está no caminho certo.
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